Veteranos da Força Aérea protestam em Israel

Militares pedem ao governo de Benjamin Netanyahu para concluir um acordo com o Hamas e libertar os reféns, mesmo ao preço de acabar com a guerra

Veteranos da Força Aérea protestam em Israel
Carta dos veteranos da Força Aérea de Israel
Reprodução/Forças de Defesa de Israel (FDI)

Em carta publicada como anúncio nos jornais israelenses desta quinta-feira, cerca de mil reservistas e oficiais da Força Aérea de Israel (FAI), entre eles um de seus ex-comandantes, general Dan Halutz, estão pedindo ao governo de Benjamin Netanyahu para concluir um acordo com o Hamas e libertar os reféns, mesmo ao preço de acabar com a guerra.

A reação imediata do primeiro-ministro Netanyahu foi a de acusar os signatários de “enfraquecer as Forças de Defesa de Israel (FDI) e fortalecer o inimigo durante a guerra”. Para ele, o conteúdo da carta é “imperdoável”.  

Ontem, quarta-feira, médicos israelenses exigiram uma investigação imparcial sobre a morte de 15 socorristas da Cruz Crescente e do Ministério da Saúde do “Como foi provado no passado, apenas um acordo (com o grupo terrorista Hamas) pode devolver os reféns com segurança, enquanto a pressão militar leva principalmente à morte deles e ao perigo para nossos soldados. Pedimos a todos os cidadãos de Israel que se mobilizem para a ação.”As demissões dos signatários já começaram. Netanyahu os chamou de “extremistas marginais que estão, mais uma vez, tentando rachar a sociedade israelense. Eles tentaram o mesmo em 7 de outubro (de 2023) e o Hamas o interpretou como uma fraqueza”. (O primeiro-ministro não lembrou de sua reforma da justiça que rachou o país, nem que o Hamas estava há um ano preparando o ataque.) Os militares das FDI declararam que não se pode “usar a marca da Força Aérea Israelense” para protestos políticos.

O ministro da Defesa, Israel Katz, também se pronunciou: “Rejeito com veemência a carta dos reservistas da Força Aérea e a tentativa de minar a legitimidade da guerra justa que as FDI estão liderando em Gaza pelo retorno dos reféns e pela derrota da organização terrorista assassina Hamas.” O ministro da Segurança Nacional, de extrema-direita, Itamar Ben Gvir, disse que os signatários da carta, incluindo um ex-chefe de gabinete, “continuam a negociar o sangue de nossos filhos com irresponsabilidade criminosa, usando cinicamente sua patente militar.” Ele ainda declarou: “Minha exigência é que o governo demita, imediatamente, aqueles que estão no serviço ativo, e revogue das fileiras e pensões militares aqueles que não estão mais servindo. Qualquer tratamento indulgente levará ao colapso do FDI.”

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