Câncer de ovário – sinais podem ajudar o diagnóstico desta doença silenciosa

8 de maio é Dia Mundial do Câncer de Ovário

Dra Débora Dornellas

câncer de ovário
LJNovaScotia por Pixabay

Nesta quarta-feira, 8 de maio, é Dia Mundial do Câncer de Ovário. Costumamos dizer que esta é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas característicos em suas fases iniciais, o que colabora para o diagnóstico tardio. Ao contrário de outros tipos de tumores ginecológicos, como o de colo de útero, não há um exame consolidado para rastreamento.

É por esse motivo que a principal recomendação para que a doença seja descoberta o mais precocemente possível é que as mulheres estejam atentas a sintomas como o aumento do volume abdominal, dor, mudança no hábito intestinal e urinário, por exemplo. Todos estes sinais, apesar de inespecíficos, precisam ser investigados pois podem ser indicativos de um tumor.

Os fatores de risco para este tipo de câncer estão associados a síndromes genéticas, como uma mutação do gene BRCA 1 e 2, que aumenta a possibilidade e a chance dessa mulher desenvolver um câncer de ovário, assim como câncer de mama de próstata. Além disso, é importante lembrar, também, que a menopausa tardia assim como a menstruação precoce, aumentam a chance de desenvolvimento da doença. 

Existem medidas para prevenir não apenas o câncer de ovário como diversos outros cânceres, que são muito relevantes. Como oncologista, sempre reafirmo aos pacientes que eles precisam manter hábitos saudáveis, com a prática de atividade física regular, a adoção de uma dieta mais saudável com frutas, legumes, verduras e menos produtos industrializados, além de não fumar ou consumir bebidas alcoólicas em excesso.

Uma mensagem bastante importante para você mulher que foi diagnosticada ou conhece alguém que já está com câncer de ovário é entender que o tratamento desta doença tem avançado cada vez mais.

Evoluímos de uma era em que tratávamos apenas com cirurgia e quimioterapia; hoje nós temos a medicina de precisão cada vez mais avançada, a chegada das terapias-alvo e a descoberta de anticorpos droga-conjugados, uma nova classe de medicamentos com dados muito positivos em vários estudos internacionais.

Há diversas pesquisas mostrando os avanços no tratamento para as mulheres com câncer de ovário, com mais qualidade de vida e sobrevida. Enquanto aguardamos as aprovações dessas novas medicações no Brasil, deixo minha mensagem de conscientização sobre esse tumor silencioso, que infelizmente ainda faz milhares de vítimas anualmente aqui no país. Precisamos informar para incentivar o diagnóstico precoce e para que as pacientes saibam que há expectativas muito positivas para o câncer de ovário.

Débora Dornellas é oncologista no Hospital Israelita Albert Einstein e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer

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