
Cartão vermelho israelense para a jogadora brasileira de futebol Sofia Sena: ela foi deportada de Israel no domingo (6), embora titular do time Ramat Hasharon em 16 jogos da liga e mais um pela copa. Falta que ela cometeu: visto expirado.
Cartão amarelo para outra brasileira que jogava com Sena no mesmo clube, a goleira Renata Santana: ela ficou detida por dois dias, na semana passada, até que o Ramat Hasharon obteve o visto de trabalho com o qual poderá permanecer em Israel.
Sena foi ao Ministério do Interior de Israel, recentemente, para obter um visto de permanência e continuar morando com a parceira, uma mulher israelense. Foi quando descobriu que não tinha um visto de trabalho, só de turista, e mesmo assim expirado. O Ramat Hasharon era responsável por obtê-lo.
O jornal Haaretz desta terça-feira (8) informa que “o clube de futebol a renegou, embora a tivesse escalado para um jogo uma semana antes”. Sena estava em Israel desde outubro. As autoridades de imigração israelenses resolveram investigar todas as jogadoras do Ramat Hasharon. Aí detiveram Santana, que tinha um visto de trabalho, porém cancelado.
O clube é acusado de ter demorado a contratar um advogado para suas duas jogadoras. O advogado contratado, Idan Moldavski, foi acusado de demorar a pagar a fiança, alegando que não se sabia se as duas eram elegíveis à liberdade sob fiança. Por fim, só uma das fianças, de 8.100 dólares (cerca de 48 mil reais), foi depositada, e para Santana.
Ao Haaretz, uma outra jogadora do Ramat Hasharon lembrou: “Eles me enviaram o contrato e me disseram que eu teria o visto quando chegasse a Israel. No aeroporto, expliquei que tinha vindo para jogar futebol, e me deram um visto de turista temporário. Mais tarde, quando perguntei o que estava acontecendo com meu visto, o clube disse que havia pagado por ele e que não me preocupasse”.
Ao fim da temporada, essa mesma jogadora assinou contrato com outro clube israelense. E tirou férias. “Quando voltei para Israel, fui presa no controle de passaportes e me disseram que eu estava há mais tempo do que o permitido no país, sem um visto válido. Fiquei chocada”. Mas o novo clube entrou em campo e ela foi liberada.
A Organização dos Jogadores de Futebol de Israel não interveio em nenhum dos dois casos, alegando que os clubes é que são responsáveis por cuidar de suas equipas, especialmente em casos que envolvem violações da lei. Já a Associação de Futebol israelense não exige que jogadores apresentem vistos válidos antes de registrá-los, uma atribuição dos clubes contratantes. O Ramat Hasharon não quis comentar nenhum dos dois casos.