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Aurelia Nobels no Girls on Track: 'É uma oportunidade que a gente não pode jogar para fora'

Emanuel Colombari

Imagem: Luca Bassani/RF1

Entre os dias 17 e 21 de agosto, Aurelia Nobels terá um grande desafio – mais um, aliás. Aos 15 anos, a brasileira estará no circuito de Paul Ricard, palco do GP da França de Fórmula 1 até 2022, para participar do início da edição 2022 do Girls on Track – Rising Stars.

O programa da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) pretende promover a participação de jovens mulheres no automobilismo. E para Aurelia, única brasileira entre 14 escolhidas entre as categorias júnior e sênior, é a chance de dar novos passos na carreira.

“Venho me preparando muito - parte física, mental. Porque lá vou fazer muita coisa. Até nas corridas da Fórmula 4, eu consegui aprender muito – aprender sobre o carro, evoluir em todas as questões de guiar e tudo. Acho que estou bem preparada, vou dar meu máximo. É uma oportunidade que a gente não pode jogar para fora”, explicou Aurelia em entrevista ao programa Resenha F1, exibido semanalmente pela Band nas redes sociais.

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A temporada 2022 marca a estreia de Aurelia Nobels em monospostos. Filha de pais belgas, nascida nos Estados Unidos, a adolescente é a única mulher no grid da Fórmula 4 Brasil. E sabe que ter a chance de correr no país antes de tentar abrir as portas na Europa é fundamental neste momento.

“Se você é jovem, você tem que deixar tudo para trás, ir para a Europa sozinha. Você deixa sua família, seus amigos, seus estudos. É muito legal o que estão fazendo aqui no Brasil. A gente tem 15, 16 anos, e a gente pode aprender muito mais aqui, para depois chegar já pronto na Europa, em um nível mais alto”, avaliou.

Imagem: Luca Bassani/RF1

Selecionada em 2019 para a Academia de Pilotos da Shell, uma das principais do Brasil na formação de pilotos, Aurelia se destacou no kart – participou da classe OK Júnior do Mundial da modalidade em 2018, além de já ter disputado competições como o Campeonato Brasileiro e o Europeu.

Em 2022, chegou a vez da F-4. Ao longo desta trajetória, ela contou com o apoio de um nome mais experiente nas pistas: Bia Figueiredo, com passagens por Fórmula 3 Sul-Americana, Indy Lights, Fórmula Indy e Stock Car ao longo da carreira.

“No comecinho da minha carreira, eu conheci a Bia Figueiredo na Granja Viana. No sorteio das equipes da Fórmula 4, ela me mandou mensagem para dizer que fiou muito feliz em ver que eu tinha entrando na TMG, pq já tinha trabalhado com o Thiago (Meneghel, chefe de equipe do time)”, disse Aurelia, que ganhou da amiga na primeira etapa da temporada da F-4, em maio, no Velo Città, em Mogi Guaçu (SP). “Achei isso muito legal. Mostra que as mulheres se apoiam, e é muito importante isso.”

Imagem: Luca Bassani/RF1

Agora, porém, Aurelia estará ao lado de outras mulheres para competir. A vencedora da categoria sênior do Girls on Track ganha o apoio da Ferrari para disputar a temporada 2023 da Fórmula 4 italiana. Por isso, a brasileira aguarda a definição do que acontecer na França para definir os próximos passos na carreira.

“Esse ano vou finalizar o campeonato da Fórmula 4 Brasil, e (a temporada 2023) depende muito de como vai ser, como vai acabar o Girls on Track. Se eu ganhar, provavelmente vou correr o campeonato italiano”, disse Aurelia, que admite a possibilidade de buscar uma vaga na W Series.

Mas, por enquanto, tudo na hora certa. “É o começo, tenho muito para aprender.”

Assista na íntegra à edição de 15 de agosto do Resenha F1:

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.

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