Notícias

Irlanda 1 x 0 Itália: quando a Copa do Mundo foi parar nos carros da Fórmula 1

Emanuel Colombari

  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
  • facebook
  • twitter
  • whatsapp
Imagem: Reprodução

A Irlanda chegou às quartas de final da Copa do Mundo de 1990 com uma campanha bizarra: quatro empates em quatro jogos. Foi eliminada com uma derrota por 1 a 0 para a Itália e deixou o torneio sem vencer, mas entre as oito melhores colocadas. Nada mal para uma estreante.

Mas quis o destino que irlandeses e italianos se encontrassem na primeira fase da Copa de 1994 como rivais do Grupo E. E a seleção comandada pelo lendário Jack Charlton, desta vez, surpreendeu: venceu a tricampeã por 1 a 0, com gol de Roy Houghton. O jogo aconteceu no Giants Stadium, em 18 de junho.

Duas semanas depois daquele jogo, já com o equilibrado Grupo E definido (e as duas seleções classificadas, assim como o México), a Fórmula 1 entrava na pista do circuito de Magny-Cours para o Grande Prêmio da França. E com uma novidade: os carros da Jordan, equipe irlandesa que tinham Rubens Barrichello e Eddie Irvine como pilotos titulares, traziam a inscrição “Irlanda 1, Itália 0” na lateral dos cockpits. 

Leia também:

O espaço publicitário custaria cerca de US$ 1 milhão, valor do qual Eddie Jordan abriu mão para veicular a provocação. Era um momento de euforia do time irlandês, que tinha duas rivais italianas no grid (Ferrari e Minardi). Murray Walker, lendário comentarista britânico, descreveu a provocação aos microfones da BBC como "demonstração de superioridade na Copa do Mundo", lembrando a proximidade entre os boxes de Jordan e Ferrari.

Em tempos de Copa do Mundo, uma provocação que mostrou bem a personalidade de Eddie Jordan. "Foi bacana. O Eddie Jordan é um cara muito divertido, bom amigo, está sempre contando uma piada. Ele é músico, o que me agrada muito, e sempre com coisas interessantes", afirmou Reginaldo Leme, comentarista do Grupo Bandeirantes de Comunicação, que descreveu o dirigente irlandês como "grande fã de futebol".

Espaço dedicado à provocação custaria cerca de US$ 1 milhão (Imagem: Reprodução)

Nas pistas de Magny-Cours, porém, a Jordan não teve o que comemorar: Eddie Irvine abandonou na volta 24 com problema de câmbio, enquanto Rubens Barrichello se envolveu em um acidente com Jean Alesi, da Ferrari, na volta 41. Michael Schumacher venceu de Benetton.

Na semana seguinte, a F1 estava de volta às pistas para o GP da Inglaterra. Entre uma corrida e outra, muita coisa aconteceu na Copa do Mundo dos EUA. Na segunda-feira (4), a Holanda venceu a Irlanda por 2 a 0 nas oitavas de final e avançou. Um dia depois, a Itália eliminou a Nigéria com uma vitória por 2 a 1 e passou para as quartas de final.

Em Silverstone, veio o troco na provocação: a Minardi estampou na cobertura dos motores a frase "Itália DENTRO, Irlanda FORA". Desta vez, Rubinho comemorou o quarto lugar com a Jordan, enquanto Eddie Irvine teve problemas e não largou. Na Minardi, Pierluigi Martini foi o décimo, posição que não valia ponto na ocasião, enquanto Michele Alboreto abandonou.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.

  • facebook
  • twitter
  • whatsapp

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.