Não é difícil dirigir pelo trânsito de uma grande cidade e ver adesivos referentes da Valentino Rossi – um 46 no baú de uma moto ou um colorido “The Doctor” na traseira de um carro, por exemplo. Isso dá a dimensão do tamanho da marca construída pelo carismático e talentoso italiano, dono de sete títulos na elite (500 cc e MotoGP) do Mundial de motovelocidade.
Mas o coração de Rossi sempre teve espaço para as quatro rodas. Desde as primeiras competições no kart, no fim da década de 1980, passando por provas de rali a partir da década de 1990 e até chegando a testes pela Ferrari na Fórmula 1. Quem não sonhou em ver o astro no grid naquela época?
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Em 2024, Rossi chegou ao WEC para disputar a categoria LMGT3. O italiano divide um BMW M4 da equipe WRT com Ahmad Al Harthy, do Omã, e Maxime Martin, da Bélgica. O trio, não por acaso, carrega o número 46 em amarelo fluorescente, uma identidade absolutamente vinculada ao italiano.
Por tudo isso e por muito mais, Valentino Rossi foi o nome mais visado nas 6 Horas de São Paulo de 2024. Ao longo do fim de semana, o italiano provocou agitação por onde passou. A entrevista coletiva do piloto na sexta-feira (12) foi concorrida. No domingo (14), os boxes da WRT eram os mais procurados pelos fãs em busca de fotos e autógrafos antes da prova. Entre bonés e camisetas, as lojas oficiais disponibilizaram dezenas e itens do piloto. O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, se encontrou com Rossi e presenteou o astro com uma camisa do clube. E o público, é claro, desfilou por Interlagos nas cores do italiano.
Mas a agitação não surpreendeu. “Ele tem feito esse alvoroço, esse sucesso por onde ele passa no FIA WEC. Foi assim em Le Mans, foi assim também em Spa, em Ímola - em todas as provas da temporada, o Valentino foi o mais visado, foi o maior alvo. Nós sabemos que o brasileiro tem uma grande paixão por ele, pela motovelocidade também, e é um cara que pouco veio a São Paulo”, destacou Aldo Luiz, narrador do WEC no Grupo Bandeirantes de Comunicação.
Ao longo da carreira nas motos, Rossi teve bons momentos no Brasil. Foi campeão da antiga classe 250 cc em 1999 e da MotoGP em 2002, correndo no Rio de Janeiro nas duas ocasiões. Antes da prova de 2024 em Interlagos, a última visita noticiada ao país havia acontecido em 2014, na qual cumpriu agenda promocional e participou de um jogo de futebol na cidade de Indaiatuba (SP).
“Muitos fãs paulistanos tiveram, nesse final de semana, a possibilidade de estar um pouquinho perto desse cara que é um ícone do esporte mundial. Então, não me surpreende porque o Rossi é esse cara carismático, gigante, vencedor e que consegue atrair esse público”, completou Aldo.
Na pista, porém, o desempenho foi discreto. Rossi pegou o carro a cerca de 2h15 para o fim, quando Maxime Martin entrou nos boxes em segundo. Quando o italiano saiu dos boxes, era o sétimo colocado. Chegou ao quarto lugar, perdeu posições, conseguiu se recuperar e voltou ao quarto lugar. A menos de 30 minutos para o fim, devolveu o carro para Martin, que saiu dos boxes em sexto. O belga cruzou em quinto lugar da classe, na 23ª posição da classificação geral, a menos de um segundo do carro do brasileiro Nicolas Costa, o quarto colocado da LMGT3.
Colaborou Gabriel Alberto
Emanuel Colombari
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.