A temporada 2021 da Fórmula 1 teve dez equipes, cada uma delas com dois pilotos titulares - logo, 20 pilotos titulares. Mesmo assim, Nikita Mazepin terminou o ano como o 21º colocado. Como isso é possível?
Bom, a começo de conversa, 21 pilotos disputaram a temporada de 2021. Afinal, Kimi Raikkonen foi diagnosticado com Covid-19 em setembro e ficou fora das etapas de Holanda e Itália. No lugar do finlandês, a Alfa Romeo escalou Robert Kubica.
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O polonês não foi brilhante – foi 15º em Zandvoort e 14º em Monza. No entanto, os desempenhos foram suficientes para superar o que Nikita Mazepin conseguiu de melhor.
Caso os pilotos empatem em pontos, o desempate é feito a partir das melhores posições – número de vitórias, depois número de segundos lugares, e assim por diante.
Acontece que o melhor desempenho de Mazepin em 2021 também foi o um 14º lugar, no GP do Azerbaijão. Empatando com o melhor desempenho de Kubica.
O segundo melhor desempenho do russo foi a 17ª posição, alcançada em seis provas (Emilia-Romagna, Mônaco, Grã-Bretanha, Bélgica, Estados Unidos e São Paulo). Assim, no desempate, acabou superado por Robert Kubica.
(Para efeito de comparação: Mick Schumacher, companheiro de Mazepin na Haas, foi 12º na Hungria, 13º no Azerbaijão, 14º em Abu Dhabi e 15º em Monza.)
Não foi um ano memorável de um piloto de quem pouco se esperava. Amparado pelo patrocínio de uma empresa química (da qual seu pai, Dmitry Mazepin, é um dos principais acionistas), o russo teve seu principal momento na carreira ao terminar a temporada 2018 da antiga GP3 (atual FIA Fórmula 3) com o vice-campeonato. Na Fórmula 2, foi 18º em 2019 e quinto em 2020, sendo lembrando principalmente pela imprudência em uma disputa de posição com Felipe Drugovich na etapa daquele ano no Sakhir.
Para 2022, os horizontes da Haas são mais otimistas. A equipe apostou no dinheiro oferecido por Dmitry Mazepin para investir no carro da próxima temporada, e usando um modelo bastante defasado em 2021 – o modelo VF-21 era basicamente uma adaptação do VF-20 de 2020, com alguns ajustes decorrentes do regulamento.
A Haas vai brigar por vitórias em 2022? Mazepin vai somar pontos com regularidade? A resposta para as duas perguntas provavelmente é não. Mas não estranhe se o time norte-americano passar a brigar por vagas no Q2 – e até somar um ou outro ponto – com alguma frequência.
Emanuel Colombari
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.