A FIA quer novas equipes na Fórmula 1, e a Andretti quer uma vaga no grid. Mas não é só a organização liderada por Michael Andretti que parece disposta a buscar um lugar na principal categoria do automobilismo mundial.
A outra novidade pode vir da Ásia e já é conhecida do mundo dos rumores: a Panthera Team Asia F1, que admite planejar uma estreia na F1 em 2026, quase uma década depois de protagonizar os primeiros boatos.
Entre o fim de 2019 e o começo de 2020, a equipe afirmava que queria correr já em 2022. Os planos poderiam ser ainda mais ousados, mas uma possível participação na temporada 2021 foi abortada em decorrência da pandemia da Covid-19.
O cenário agora é outro. A pandemia parece mais controlada do que em 2021, e a FIA abre portas para novos times na Fórmula 1 a médio prazo. Assim, segundo Benjamin Durand, co-fundador e chefe de equipe da Panthera, a possibilidade de buscar novamente uma vaga nos próximos anos é real.
“Poderíamos ter desistido deste projeto há um bom tempo, mas acreditamos nele”, disse Durand em entrevista ao site Planet F1. “Agora, a Fórmula 1 se concentra muito nos Estados Unidos, o que é normal, porque está crescendo, mas (...) a Ásia e a África são os próximos grandes mercados da F1”, acredita.
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Para avançar na empreitada, Durand acredita que a Panthera precisa de “todos os planetas alinhados”.
“Quando tínhamos o dinheiro, a FIA e a F1 não estavam prontas, porque estava renegociando o Pacto de Concórdia naquele momento. Então, não estavam prontas para ter novas equipes até que assinassem com as equipes existentes”, afirma.
“Então, também conversamos com a Renault para sermos parceiros do lado técnico. Eles passaram por muitas mudanças administrativas durante os últimos cinco anos, e isso impactou diretamente nosso projeto”, acrescentou.
Entre as mudanças citadas, a principal diz respeito a Cyril Abiteboul. Então diretor-geral da Renault, Abiteboul afirmou no fim de 2020 que havia possíveis novas equipes interessadas nos motores da marca – mas deixou o time no começo de 2021.
No começo de 2023, a candidatura da Panthera ganhou novo fôlego: o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, anunciou a abertura de um processo de inscrição de novas equipes, aguardando manifestações de interesse. Segundo Benjamin Durand, o time já começou a trabalhar nos bastidores, mas aguarda um sinal verde antes de novos avanços.
“Precisamos ter uma confirmação, e é isso que estamos esperando agora. Fomos informados que, até o fim do mês, eles vão comunicar exatamente o que esperam das equipes”, disse o dirigente francês, que acredita que a Panthera já tem questões bem encaminhadas até aqui – não apenas o suporte financeiro, mas também os trabalhos técnicos nos bastidores.
“O básico do que nos disseram antes era sobre a segurança financeira do time, o know-how técnico e administrativo e o que podemos trazer à Fórmula 1 para fazer o campeonato crescer.”
Entre os trabalhos até aqui, a Panthera já começa a sondar pilotos. E por ser uma equipe asiática, a Panthera admite interesse no chinês Guanyu Zhou, atualmente na Alfa Romeo – mas não apenas nele.
“Obviamente, uma vez que o projeto é asiático, há interesse em um piloto asiático. Neste momento, você tem Zhou sob contrato com a Alfa Romeo, e depois veremos o que aconteceu com a Audi. Mas ainda é cedo. Temos contatos com alguns pilotos, e haverá novos pilotos que chegará até 2026”, afirmou.
Emanuel Colombari
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.