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Igora Drive, o circuito da Fórmula 1 que não recebeu a Fórmula 1

Emanuel Colombari

Imagem: Igora Drive/Site oficial

O anúncio de que a Fórmula 1 rescindiu o contrato com a organização do Grande Prêmio da Rússia não chegou a ser uma surpresa. Diante da invasão russa no território da Ucrânia e das reações de diversas entidades esportivas, a resposta da F1 não tardou. Primeiro, o GP da Rússia de 2022 foi suspenso, e posteriormente cancelado. Depois, a FIA determinou que pilotos de Rússia e Belarus corram sob bandeira da entidade. Por fim, foi anunciado o fim do compromisso da F1 com a Rússia.

A rescisão veio em um momento de particular relevância para as relações entre Fórmula 1 e Rússia. O presidente russo Vladimir Putin gozava de prestígio com o ex-diretor-executivo do FOM (Formula One Management). No século XXI, foram várias tentativas de acordo entre os dois para que uma prova fosse realizada na Rússia. Em 2001, Putin chegou a anunciar apoio à construção de uma pista perto do aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, que nunca saiu do papel. Em Moscou, outros dois projetos também foram anunciados, nos distritos de Molzhaninovsky (em 2003) e Volokolamsky (em 2008).

O Grande Prêmio da Rússia só virou realidade em 2010, quando um acordo com a F1 foi anunciado para a realização da prova de 2014 a 2020. A cidade escolhida foi Sochi, um balneário às margens do Mar Negro que receberia os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Parte das instalações seriam aproveitadas nos dois eventos.

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De fato, Sochi recebeu o GP da Rússia a partir de 2014, e teria contrato até 2022. Com o cancelamento de 2022, a cidade foi palco apenas até 2021. Em todas as oito edições da corrida, vitórias da Mercedes, com Lewis Hamilton (2014, 2015, 2018, 2019 e 2021), Valtteri Bottas (2017 e 2020) e Nico Rosberg (2016).

A partir de 2023, porém, o GP da Rússia deixaria Sochi e iria para o Igora Drive, um circuito nos arredores de Sosnovo, cidade na região de São Petersburgo. Vale a menção aqui: Vladimir Putin é natural de São Petersburgo.

Imagem: Divulgação

A nova pista foi inaugurada em 2019 e tinha contrato de três temporadas (2023 a 2025) com a Fórmula 1. Desde 2020, já vinha sendo utilizada pelo Circuito Russo de Competições, organização que reúne diversas categorias nacionais.

Imagem: Igora Drive/Site oficial

O traçado, de responsabilidade de Hermann Tilke, tem 14 curvas, áreas de escape amplas e corre em sentido anti-horário. Não é difícil achar imagens de pilotos andando pela pista.

Agora, com o fim do compromisso, o Igora Drive ficará fora da Fórmula 1 sem previsão de retorno. Assim, junta-se a pistas como o Circuito de Hanói (Vietnã) e ao Port Imperial Street Circuit (Estados Unidos), apenas para citar exemplos recentes, como destinos que foram anunciados pela F1 e nunca receberam a categoria.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.

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