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A temporada 2024 da F1 só começou, e a Alpine já vive uma tempestade de problemas

Emanuel Colombari

(Imagem: BWT Alpine F1 Team)

A Alpine precisou apenas de um fim de semana para escancarar: se a temporada de 2024 não vai ser cheia de problemas, ao menos o começo do campeonato já é.

Sexta colocada do Mundial de construtores de 2023, a equipe da Renault terminou o ano em um limbo. Por um lado, oferecia poucas ameaças para as rivais que estavam à frente (Red Bull, Mercedes, Ferrari, McLaren e Aston Martin); por outro, não era pressionada pelas equipes que vinham atrás (Williams, AlphaTauri, Alfa Romeo e Haas).

O time ganhou vários investidores de renome e tentou se reorganizar. Philippe Krief assumiu como CEO, Bruno Famin virou o chefe de equipe (primeiro interinamente, depois oficialmente a partir de 2024), Julian Rouse foi escalado como diretor esportivo e Matt Harman virou o diretor técnico.

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Em 2023, a Alpine trocou o pneu com o carro andando – e tudo sem pressa, como Bruno Famin explicou. Em meio a esse turbilhão, desenvolveu o A524 para tentar superar os problemas do carro de A523. Deu certo?

Não. Na verdade, no começo de 2024, deu muito errado - e o time andou para trás. Os dois pilotos foram eliminados no Q1 do GP do Bahrein, com Esteban Ocon em 19º e Pierre Gasly em 20º. Na corrida, Ocon foi 17º e Gasly em 18º, à frente apenas de pilotos que tiveram corridas cheias de dificuldades: Valtteri Bottas (Sauber) foi 19º após um pit stop de 52 segundos e Logan Sargeant (Williams) foi o 20º após rodar e ter problemas. Um desempenho que não surpreendeu.

“Sabemos que estamos começando esta temporada ligeiramente em desvantagem com o novo conceito (aerodinâmico) do carro, e a equipe está trabalhando incrivelmente duro para trazer mais desempenho para o carro nas próximas corridas”, afirmou Ocon antes do GP do Bahrein.

“Estou sendo realista. Sei que não será um começo fácil para nós, mas o importante é identificarmos os pontos chave de trabalho para aprendermos e progredirmos”, concordou Gasly.

Pode ser que a equipe reaja ao longo de 2024. A McLaren de 2023 é a referência nesse caso: conquistou nove pódios nas últimas 13 corridas do ano, depois de nem mesmo pontuar em cinco das nove primeiras provas do campeonato. Em comum, a McLaren também passava por um processo de reformulação – embora começado bem antes e já em processo mais avançado àquela altura, há que se destacar.

Na Alpine, a situação pós-Bahrein é ruim. Matt Harman e Dirk de Beer deixaram os cargos de diretor técnico e diretor de aerodinâmica, respectivamente – decisões que, de acordo com o site Motorsport.com, já haviam sido comunicadas ao time antes mesmo da viagem para a primeira etapa de 2024.

Os novos reveses chegam no momento em que uma sombra segue rondando a F1: a Andretti. A entrada dos norte-americanos como uma 11ª equipe foi recusada, mas sites como GrandPrix.com e GrandPX.news especulam que Michael Andretti pode conseguir a sonhada vaga comprando a operação da Alpine.

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“Alguns sugerem que a situação dura da Alpine pode ser a oportunidade perfeita para que a Andretti-Cadillac entre na Fórmula 1 sem a benção do esporte para que se torne a 11ª equipe”, afirmou o primeiro veículo. “O prospecto da Andretti-Cadillac entrar na F1 assumindo a Alpine ganhou tração”, reforçou o segundo.

Qualquer que seja o destino, a equipe da Renault começa 2024 sem preocupar as adversárias. Conforme explicou Ayao Komatsu, o novo chefe de equipe da Haas, ao jornal dinamarquês Ekstra Bladet: “Há quatro equipes de ponta, então a Aston Martin, então o resto e então a Alpine”.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.

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