A Prema anunciou nesta terça-feira (21) a espanhola Marta García como uma das três titulares da equipe na temporada 2023 da F1 Academy, a primeira da categoria que pretende incluir mais mulheres na pirâmide de acesso à Fórmula 1. Com a chegada de García, as 15 vagas do grid estão completas.
A chegada da F1 Academy é uma novidade bem-vinda, especialmente no momento em que a W Series vive um momento de incertezas. Criada em 2019 com o mesmo intuito da F1 Academy, a W Series nem mesmo realizou as últimas etapas da temporada 2022 por causa de dificuldades financeiras.
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Ainda sobre a W Series: a britânica Jamie Chadwick, principal revelação da categoria (foi campeã das três temporadas realizadas, vencendo 11 das 19 corridas que disputou), foi para a Indy NXT (antiga Indy Lights) para correr com Andretti. Até aqui, não há indícios de que uma temporada 2023 da W Series vai acontecer.
Assim, a F1 Academy surge para ocupar o que parece ser uma lacuna deixada, e chega com um formato que merece ser visto com atenção. A ideia é que a categoria projete destaques para a Fórmula 3 em 2024, embora a ascensão nem sempre siga uma trajetória linear.
Para 2023, a Academy terá cinco equipes, com três pilotas cada. As britânicas, é claro, são maioria: quatro. Não há brasileiras escaladas, e a uruguaia Maite Cáceres (Campos Racing) é a única sul-americana titular.
Vale a pena olhar alguns nomes do grid com atenção. Nerea Martí (Campos), Abbi Pulling (Rodin Carlin) e a própria Marta García (Prema) vêm de bons resultados em temporadas da W Series. Lola Lovinfosse (Campos), Maite Cáceres (Campos), Bianca Bustamante (Prema) e Jessica Edgar (Rodin), todas com idades entre 17 e 19 anos, chegam jovens à categoria, o que facilitaria uma transição para a Fórmula 3 – no grid atual da F3, a maioria dos pilotos têm entre 17 e 21 anos, sendo que o suíço Grégoire Saucy (ART Grand Prix) é o mais velho, nascido em dezembro de 1999.
Ao todo, serão sete etapas, com três corridas cada – logo, 21 corridas. A temporada começa em 28 de abril, no Red Bull Ring (Áustria) e termina em 22 de outubro, no Circuito das Américas (Estados Unidos). Seis das sete etapas serão eventos de apoio de outras categorias – inclusive do GP do Estados Unidos, em outubro.
Os desafios da F1 Academy não são poucos. Os principais: garantir uma disputa financeiramente viável e conseguir incluir pilotas na Fórmula 3 e na Fórmula 2 a curto prazo. Além disso, seria interessante contar com uma média de idade baixa no grid, para que a categoria sirva com meio, e não como fim. A partir daí, serão grandes as chances de atrair e produzir talentos.
Confira o grid da temporada 2023 da F1 Academy
- ART Grand Prix
Léna Bühler (SUI), Carrie Schreiner (ALE) e Chloe Grant (GBR) - Campos Racing
Nerea Martí (ESP), Lola Lovinfosse (FRA) e Maite Cáceres (URU) - MP Motorsport
Amna Al Qubaisi (EAU), Hamda Al Qubaisi (EAU) e Emely de Heus (HOL) - Prema Racing
Bianca Bustamante (FIL), Chloe Chong (GBR) e Marta García (ESP) - Rodin Carlin
Jessica Edgar (GBR), Abbi Pulling (GBR) e Megan Gilker (CAN)
Confira o calendário da temporada 2023 da F1 Academy
- 28 e 29 de abril: Red Bull Ring (Spielberg, Áustria)
- 6 e 7 de maio: Circuito Ricardo Tormo (Valência, Espanha)
- 20 e 21 de maio: Circuito de Barcelona (Barcelona, Espanha)
- 24 e 25 de junho: Circuito de Zandvoort (Zandvoort, Holanda)
- 8 e 9 de julho: Autódromo de Monza (Monza, Itália)
- 29 e 30 de julho: Paul Ricard (Le Castellet, França)
- 21 e 22 de outubro: Circuito das Américas (Austin, Estados Unidos)
Emanuel Colombari
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.