O encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2023) tem apresentado estudos bastante relevantes, com tratamentos promissores para aumentar a sobrevida e qualidade de vida dos pacientes com câncer.

Neste texto, destaco uma importante apresentação sobre câncer de mama. Para o cenário da doença em fase inicial, a utilização dos inibidores de ciclina (que procuram evitar que as células doentes se dividam) se mostrou, de fato, promissora. 

É uma nova medicação que pode permitir a redução expressiva das taxas de recidiva da doença e, portanto, passa a ser considerado como um novo tratamento padrão. 

O estudo NATALEE avaliou uma dessas medicações, chamada ribociclibe, e trouxe uma redução do risco de recorrência invasiva da ordem de 25%.

Outros dois estudos nesse mesmo cenário (MONARCH e PENELOPE-B) também foram atualizados, trazendo informações importantes para a utilização dessas medicações em câncer de mama. 

Um outro grupo de medicações que têm mostrado desfechos muito favoráveis é a imunoterapia. 

Alguns dados novos foram apresentados neste congresso, especialmente em tumores gastrintestinais, com resultados positivos para imunoterapia combinada a anticorpo contra os vasos sanguíneos adjuvante em câncer de fígado, bem como a imunoterapia em tumores de vias biliares e tumores de fígado.

Dr. Abraão Dornellas

Oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e integrante do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer