As transformações que o envelhecimento traz para homens e mulheres podem ser bem diferentes para cada. Tanto, que a expectativa de vida é diferente entre cada gênero no Brasil: para os homens, é de 73 anos, já para mulheres, 80. Mas quais as razões para essa diferença? Segundo especialistas, um dos motivos é a pressão estética.
“O homem pode ser mais maduro, é até socialmente atraente porque acumulou experiência. O grisalho em um homem é bacana, na mulher, nem tanto. Há diferenças muito agudas na maneira como a sociedade trabalha com a aparência juvenil na mulher e a e a aparência mais amadurecida do homem”, explica Gisela Castro, pesquisadora em envelhecimento e longevidade.
E essa pressão pode ser vista nos cabelos brancos, escondidos pelas mulheres e assumido pelos homens. A cabeleireira Nice, de 71 anos, segue trabalhando e nota a dificuldade das clientes assumirem o grisalho. “Ela tem que estar super bem para assumir o branco, a transição é dolorida, então tem que estar bem mentalmente para assumir”, afirma.
Os brancos são só um detalhe na cobrança estética pela juventude, já que estereótipos ligados ao envelhecimento surgem primeiro para as mulheres. Aos 30 anos, surgem os adjetivos como ‘balzaquiana’, ‘trintona’. Se não casou, tem o tal ‘ficar para titia’, se teve filhos depois dos 40 é ‘mãe tardia’. Parece que a idade de uma mulher diz mais sobre ela do que as escolhas que faz.
Mas a pressão por se cuidar também é maléfica aos homens, já que se cuidar, para muitos, é sinônimo de fraqueza.
“As mulheres se cuidam mais, buscam mais serviços de saúde, diferente dos homens, elas têm uma maior rede de suporte social”, explica a gerontóloga Thais Bento.
No envelhecer feminino, ainda há outro momento marcante que faz a mulher se cuidar mais: a menopausa, que se inicia, em média, aos 50 anos. O último ciclo menstrual costuma ter sintomas como ondas de calor, cansaço e dificuldade para dormir. Nesta fase, as mulheres começam a ter acompanhamento médico maior.