Muitos adultos têm o famoso medo de envelhecer, de se imaginar perdendo a saúde, a consciência, a independência. Para tentar evitar que esses medos virem realidade, é preciso se cuidar. O bem envelhecer, segundo os médicos, está apoiado em pelo menos oito pilares: alimentação saudável, atividade física, mente ativa, dormir bem, vida social ativa, controle do estresse, evitar vícios e uma boa condição social.
“Damos dicas, orientações, só que para que a pessoa possa aplicar no cotidiano, tem que estar acessível a ela. nós estamos falando do papel das políticas públicas. Do poder público”, pontua a gerontóloga Thais Bento. Por isso, as desigualdades sociais fazem diferença na hora de envelhecer.
Afinal, os cuidados para o bom envelhecimento começam cedo. “A cada dia de vida nós estamos envelhecendo. As células são muito dinâmicas. As mudanças começam a ser mais significativas a partir da terceira década de vida. Quando o indivíduo tem mudanças no desempenho da atenção, raciocínio lógico fica um pouco mais demorado”, comenta a gerontóloga.
O planejamento financeiro e a boa condição social ajudaram Roberto Messina a mudar o estilo de vida e pensar em um envelhecimento com saúde. Aos 35 anos, o advogado levou um susto no coração e, 30 anos depois, segue se exercitando com a natação e pensa em seguir com a atividade por muito tempo.
“Se não tiver nenhuma dessas surpresas que acontecem na vida, eu acho que pelo menos mais uns 10 anos, tranquilo. É o planejamento financeiro na vida, tem que começar jovem, o ideal é que comece, abrace um esporte jovem e siga com ele. Assim, você vai chegar a idade mais avançada se sentindo muito mais disposto”, comenta o advogado.
No Brasil, o estudo do Instituto de Longevidade aponta que as melhores cidades para se envelhecer estão no Sul e Sudeste. Entre os destaques, estão Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e as paulistas São Caetano do Sul, Santos, Vinhedo e Lins.
“Uma cidade boa pra viver é uma cidade que combine diferentes aspectos da vida do idoso, como segurança, assistência de saúde são fundamentais, porque a pessoa nessa faixa etária passa a necessitar mais desse serviços”, afirma Gleisson Cardoso, diretor-executivo do Instituto, que ressalta que há outros aspectos para a longevidade.
“A gente não presta atenção, mas a presença de espaços de lazer, abertos, públicos e opções de atividades sociais, também são importantes, além de mobilidade urbana e indicadores econômicos de qualidade de vida”, indica.