Bolsonaro, Cid, Michelle e outros 5 devem depor sobre joias semana que vem na PF

Investigados na suposta venda ilegal de joias da União serão ouvidos pela PF ao mesmo tempo e em salas separadas para evitar combinação de versões

Da redação

Na próxima semana, a Polícia Federal (PF) ouvirá, ao mesmo tempo e em salas separadas, oito pessoas envolvidas na suposta venda ilegal de joias dadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quando ainda estava no cargo.

Acontece que as peças pertencem à União por não serem consideradas itens personalíssimos, conforme prevê entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2016.

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid não pode se comunicar com Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle, a própria esposa e outros investigados no caso das joias e dos atos criminosos de 8 de janeiro. A proibição foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito.

Moraes se baseou em relatório da PF, a partir de perícia feita no celular do ex-ajudante de ordens. Cid será ouvido, novamente, na próxima segunda-feira (28). Na última sexta-feira (25), um problema técnico no sistema prejudicou o depoimento dele.

Os investigadores querem informações sobre a reunião que Walter Delgatti Neto teve com o ex-presidente, quando, segundo o hacker, Bolsonaro pediu a invasão a urnas eletrônicas com a promessa de indulto. O tenente-coronel Mauro Cid teria testemunhado o encontro, em agosto do ano passado.

Depois de segunda, Cid volta à sede da PF, na quinta-feira (31), onde ele e outras sete pessoas serão ouvidas. Entre os intimados, estão o pai dele, o general Lourena Cid, Bolsonaro e Michelle, além do advogado da família, Frederick Wassef. O objetivo é evitar que eles combinem versões para dificultar as investigações sobre as joias.

A PF quer saber quem autorizou a venda de joias e relógios recebidos como presentes por Bolsonaro e como foi a operação de recompra e retorno de alguns itens ao Brasil. O ex-presidente também deve ser questionado sobre a possibilidade de um golpe de Estado em discussão num grupo de WhatsApp.

No telefone do empresário Meyer Nigri, foram identificadas conversas em que Bolsonaro faz ataques ao Supremo e pede que mensagens contra as urnas eletrônicas sejam repassadas “ao máximo”.

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