O governo federal quer aproveitar a experiência do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para aplicar um exame único para a seleção de servidores em concursos públicos. A proposta de criar o “concurso nacional unificado” é do Ministério da Gestão e da inovação.
A decisão sobre a mudança ainda depende da consulta a outros ministérios e do aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em nível federal, o Enem classifica estudantes para vagas em universidades públicas e, em alguns casos, privadas. No caso dos concursos, a nota da prova seria o critério para selecionar os candidatos a cargos em órgãos federais.
A previsão é de que o exame seja feito ao mesmo tempo em 180 cidades, em todas as regiões do país. A ideia nasceu a partir da constatação de que vários órgãos federais estão, há muito tempo, sem concurso.
Neste ano, o governo já anunciou a abertura de mais de 8 mil novas vagas com salários que variam de R$ 6 mil a R$ 21 mil. Espera-se que a prova seja aplicada num único dia, 25 de fevereiro de 2024, dividia em duas partes: uma com matérias comuns a todos os concorrentes e outra mais voltada à área de interesse do candidato.
“Existem muitos cargos cujo requisitos de ingresso são semelhantes. Então não vejo por que isso não pode ser medido em uma única oportunidade, desde que seja uma prova bem pensada e que contemple todo aquele conhecimento que a administração pretende ver nos seus futuros agentes públicos”, argumentou Bruno Fischgold, especialista em direito administrativo.