O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta quinta-feira (10) com deputados e senadores aliados em busca de uma solução para garantir o Bolsa Família de R$ 600 mensais. O encontro marcado para 10h, no Centro Cultural Banco do Brasil, terá também a presença de Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito e coordenador da transição de governo.
Será a primeira vez que Lula visitará a sede do gabinete de transição em Brasília. A sala a ser ocupada por ele já está pronta e montada. Ainda nesta quinta-feira (10), é esperada uma reunião com a presidente do Superior Tribunal de Justiça, Maria Thereza de Assis Moura.
Na quarta-feira (09), o presidente eleito teve uma extensa agenda de encontros na capital federal. Ele esteve com o presidente da Câmara, Arthur Lira, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, visitou o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral. Em conversa com jornalistas, destacou que procura o diálogo e um relacionamento harmonioso com os demais Poderes.
Lula discutiu com Lira e Pacheco um caminho para garantir os recursos necessários para cumprir as promessas de campanha para a área social. Está em gestação uma Proposta de Emenda à Constituição que permita o estouro do teto de gastos para pagar o Bolsa Família de R$ 600, o acréscimo de R$ 150 no benefício por criança menor de seis anos, o reajuste do salário mínimo e a manutenção do Farmácia Popular.
Para manter o pagamento do programa de transferência de renda já em janeiro, é preciso aprovar a proposta chamada de PEC da Transição até o dia 15 de dezembro.
Segundo Lula, os presidentes da Câmara e do Senado demonstraram disposição em auxiliar na questão e disse que vai trabalhar com diferentes partidos e parlamentares para costurar um acordo satisfatório para os mais pobres.
No mercado financeiro, a aprovação da medida já é dada como certa, mas existe um temor de descontrole fiscal conforme o tamanho do rombo do teto de gastos - norma que não permite o crescimento das despesas federais acima da inflação do ano anterior.
Após a discussão das possíveis soluções orçamentárias, a proposta deve ser levada ao relator do Orçamento, o senador Marcelo Castro (MDB-PI). Ele já esteve reunido com o vice-presidente Geraldo Alckmin e afirmou esperar a solução gestada pela equipe de transição para trabalhar o texto no Congresso.