Chamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para “consultas”, o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, desembarca na tarde desta terça-feira (20) em Brasília.
O diplomata retorna depois de o chanceler israelense, Israel Katz, declarar o presidente brasileiro “persona non grata” no país.
A declaração foi dada durante um encontro no Museu do Holocausto, em Jerusalém, após Lula – em viagem à África – comparar os ataques de Israel à Faixa de Gaza ao extermínio de judeus durante o regime nazista de Adolf Hitler.
No Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se encontrou com o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine.
Ele classificou como “inaceitável” a reação de Israel às declarações de Lula e a postura de Israel Katz, que levou Frederico Meyer ao Museu do Holocausto para uma “conversa de repreensão”.
O Palácio do Planalto – apesar de não ter se pronunciado oficialmente – viu o ato como “um show desnecessário e humilhante”.
Antes, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia dito que a fala de Lula era “vergonhosa” e demonstrava a falta de respeito dele com os 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas.
Mas a retratação do presidente brasileiro - exigida pelos israelenses – não deve acontecer.
Na avaliação do Palácio do Planalto, as críticas foram dirigidas ao Exército e a Benjamin Netanyahu, e não ao povo judeu.
Posição reforçada pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Alexandre Padilha ainda chamou a fala de Lula de um “grito de protesto”.