O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta para o Brasil após realizar a primeira agenda internacional de 2024. A viagem ao continente africano foi para reforçar laços comerciais com o Egito e participar da Cúpula da União Africana, na Etiópia.
No fim de semana, ele se encontrou com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, e fez críticas ao grupo terrorista Hamas e ao Estado de Israel. Lula comparou a atuação do exército israelense às ações do ditador nazista Adolf Hitler contra os judeus.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou Lula a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia.
Para ele, o conflito na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas, sim, um "genocídio" contra os palestinos.
As falas não agradaram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que afirmou que o presidente "cruzou uma linha vermelha".
O premiê escreveu nas redes sociais:
"Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até a vitória completa e irá fazê-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional”.
Depois, o premiê e o ministro de Relações Exteriores do país convocaram o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para uma "conversa de repreensão", o que deve ocorrer nesta segunda-feira (19).
Durante os cinco dias em que esteve fora do país, o chefe do Executivo também defendeu mudanças no Conselho de Segurança da ONU. Assim como em outras oportunidades, o brasileiro pediu a ampliação no número de países com poder de veto na instituição.
Nesta terça-feira (20), a ONU deve votar um novo cessar-fogo imediato na região. Mas os Estados Unidos já sinalizaram que podem vetar a proposta.