O governo israelense classificou, nesta segunda-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “persona non grata” até que ele retrate o comentário comparando as ações de Israel, contra o povo palestino, com o Holocausto.
O ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, criticou o chefe do Executivo nas redes sociais: “Nós não perdoaremos e não esqueceremos – em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao presidente Lula que ele é ‘persona non grata’ em Israel até que se desculpe e se retrate por suas palavras”.
Nas relações internacionais, o termo significa que um representante oficial não é mais bem-vindo em algum país.
Katz disse também que a comparação feita pelo presidente brasileiro é “um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”.
As declarações - mencionadas por Israel - aconteceram durante uma entrevista coletiva em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões com chefes de Estado do continente.
Na ocasião, Lula classificou as ações israelenses na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque terrorista do Hamas, como “genocídio” e “chacina”.
Em sua fala, ele comparou as ofensivas israelenses com o genocídio de judeus no Holocausto: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Mais de 24 mil pessoas morreram no conflito, desde outubro de 2023, incluindo milhares de civis, mulheres e crianças na faixa de Gaza. "Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças", disse o brasileiro.
No último domingo (18), o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também criticou a fala. Ele disse que comparar Israel ao Holocausto é “cruzar uma linha vermelha” e que iria convocar o embaixador do Brasil em Israel para uma “dura repressão”.