São Paulo imuniza 30 mil pessoas contra meningite para conter surto da doença

Vacinação aconteceu nos distritos de Vila Formosa e Aricanduva, na Zona Leste da cidade, após surto localizado de meningite

Da redação

São Paulo imuniza 30 mil pessoas contra meningite para conter surto da doença
Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vacinou 30 mil pessoas contra meningite meningocócica. A imunização aconteceu nos distritos de Vila Formosa e Aricanduva, na Zona Leste da capital, após surto localizado da doença.

Segundo a SMS, foram vacinados moradores, estudantes e trabalhadores do perímetro de três quilômetros na região em que foram registrados cinco casos da doença, no período de 16 de julho a 15 de setembro. Além da vacinação nas unidades de saúde da região, foram realizadas ações de imunização casa a casa. 

As unidades de saúde UBS Formosa II, UBS Vila Guarani, UBS Jardim Iva e UBS Comendador José Gonzalez vão continuar imunizando a população até o dia 28 de outubro moradores, trabalhadores e estudantes das regiões da Vila Formosa e Aricanduva, com idade entre 3 meses e 64 anos que, eventualmente, ainda não tenham sido vacinadas. 

Após 28 de outubro, as unidades retomarão o calendário vacinal regular do Programa Nacional de Imunizações (PNI). 

A Secretaria de Saúde reforça que não há surto generalizado de meningite na cidade. Neste ano, já foram registrados 58 casos, uma redução de 63,2% em comparação com 2019, que registrou 158 pessoas com a doença. 

Meningite

A meningite é caracterizada por uma inflamação das meninges (presentes no cérebro e medula espinhal) causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas, mas também pode se originar em processos inflamatórios, como o câncer (metástases para meninges), lúpus, reação a algumas drogas, traumatismo craniano e cirurgias cerebrais.

A doença, a mais frequente no quadro de DM (doença meningocócica) é causada por uma bactéria chamada meningococo. Há vários sorogrupos, mas o que causou o surto em São Paulo é o sorogrupo C. A doença é considerada muito grave e a cada dez pacientes, dois morrem, em média. 

Entre os sintomas da doença, de acordo com o manual MSD, são dor de cabeça, rigidez na nuca, náuseas, sensibilidade à luz e letargia (estado de profunda inconsciência). Com o passar do tempo, o paciente também pode ter convulsões, delírio e tremores.

O Ministério da Saúde ainda alerta que os bebês podem ter sinais mais sutis da meningite, como vômito, má alimentação, reflexos anormais ou irritabilidade.

Considerando a progressão da doença, a infectologista reforça a relevância dos casos de Aricanduva e Vila Formosa, pois apesar de parecerem poucos, a agressividade da doença exige classificação imediata de surto e medidas de bloqueio.

Transmissão

De forma geral, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias – por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Há também a transmissão fecal-oral, pela ingestão da água e alimentos contaminados e/ou contato com fezes.

As crianças, em especial, são o grupo de risco, principalmente as menores de um ano. Os adolescentes, por sua vez, são a faixa etária que mais transmite a bactéria.

Em caso de suspeita da doença, o paciente deve procurar urgentemente um pronto-socorro para avaliação médica e confirmação via exames, como o teste quimiocitológico do líquor (feito com a extração do líquido da região lombar).

Quando a pessoa recebe o diagnóstico, deve ser internada imediatamente para tratamento. Os mais comuns são o uso de antibioticoterapia, com remédios e dosagens terapêuticas prescritas pelo médico, e a reposição de líquidos.

Prevenção

A forma mais efetiva de prevenir a meningite meningocócica é a vacinação. O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente a vacina contra diversos tipos de meningite, inclusive o C, aplicada entre os três e cinco meses de vida.

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