São Paulo confirma morte por meningite em meio a surto da doença

Cinco casos da doença foram confirmados nos últimos dois meses na Zona Leste da capital paulista

Da Redação

Vacinação contra miningite  Fabio Nunes Teixeira/PMG
Vacinação contra miningite
Fabio Nunes Teixeira/PMG

A prefeitura de São Paulo confirmou nesta terça-feira (27) a primeira morte entre pacientes com meningite na Vila Formosa, Zona Leste da capital paulista, onde há um surto. 

São cinco casos confirmados nos últimos dois meses na região, nos bairros Aricanduva e Vila Formosa, número que caracteriza um surto da doença. 

A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que se considera surto da doença meningocócica quando há ocorrência de três ou mais casos do mesmo sorogrupo em um período de 90 dias. 

De acordo com a Coordenadoria de Vigilância em Saúde do município, esses cinco casos de meningite foram notificados entre os dias 16 de julho e 15 de setembro.

Diante das notificações, foram feitas ações de prevenção e controle da doença, como quimioprofilaxia dos comunicantes próximos e intensificação vacinal na região. Segundo especialistas, a doença pode ser fatal em 25% dos casos. 

Meningite

A meningite é caracterizada por uma inflamação das meninges (presentes no cérebro e medula espinhal) causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas, mas também pode se originar em processos inflamatórios, como o câncer (metástases para meninges), lúpus, reação a algumas drogas, traumatismo craniano e cirurgias cerebrais.

A meningite meningocócica, a mais frequente no quadro de DM (doença meningocócica) é causada por uma bactéria chamada meningococo. Há vários sorogrupos, mas o que causou o surto em São Paulo é o sorogrupo C. A doença é considerada muito grave e a cada dez pacientes, dois morrem, em média. 

Entre os sintomas da doença, de acordo com o manual MSD, são dor de cabeça, rigidez na nuca, náuseas, sensibilidade à luz e letargia (estado de profunda inconsciência). Com o passar do tempo, o paciente também pode ter convulsões, delírio e tremores.

O Ministério da Saúde ainda alerta que os bebês podem ter sinais mais sutis da meningite, como vômito, má alimentação, reflexos anormais ou irritabilidade.

Considerando a progressão da doença, a infectologista reforça a relevância dos casos de Aricanduva e Vila Formosa, pois apesar de parecerem poucos, a agressividade da doença exige classificação imediata de surto e medidas de bloqueio.

Transmissão

De forma geral, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias – por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Há também a transmissão fecal-oral, pela ingestão da água e alimentos contaminados e/ou contato com fezes.

As crianças, em especial, são o grupo de risco, principalmente as menores de um ano. Os adolescentes, por sua vez, são a faixa etária que mais transmite a bactéria.

Em caso de suspeita da doença, o paciente deve procurar urgentemente um pronto-socorro para avaliação médica e confirmação via exames, como o teste quimiocitológico do líquor (feito com a extração do líquido da região lombar).

Quando a pessoa recebe o diagnóstico, deve ser internada imediatamente para tratamento. Os mais comuns são o uso de antibioticoterapia, com remédios e dosagens terapêuticas prescritas pelo médico, e a reposição de líquidos.

Prevenção

A forma mais efetiva de prevenir a meningite meningocócica é a vacinação. O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente a vacina contra diversos tipos de meningite, inclusive o C, aplicada entre os três e cinco meses de vida.

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