O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi indiciado por estupro de vulnerável. Nesta terça-feira (19), a Polícia Civil concluiu o inquérito do caso e encaminhou à Justiça. As investigações sobre outros cinco casos estão em andamento.
Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante no dia 11, depois de ser filmado forçando sexo oral em uma paciente durante uma cesárea. A violência sexual aconteceu em um hospital de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Ele chegou a ser transferido no dia 12 para o presídio Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Mais denúncias
Quintella é investigado por mais cinco possíveis atos de estupro nas unidades em que trabalhou, entre elas o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no Rio.
Após a prisão de Giovanni Quintella Bezerra, outras vítimas do anestesista procuraram a polícia. Uma delas estava grávida de gêmeos e perdeu um dos bebês no parto. A polícia também vai investigar se alguma das mulheres teve complicações por causa da alta dosagem de anestesia.
Thamires da Silva Ribeiro ainda sente o trauma do dia. Grávida de gêmeos, um dos bebês morreu um dia após o parto. “Eu não consegui ver o parto do meu segundo bebê por ter sido dopada, não consegui segurar meu filho pela sedação dele”, afirmou. "Depois perceberam que tinha coisa branca no meu rosto, umas casquinhas. A gente nem imaginava que era uma coisa dessa."
Naiane Guedes é outra vítimas do estuprador. “Eu fiquei muito dopada, já é minha terceira cesárea e a sedação foi diferente", disse. "O tempo todo ele ficava falando baixinho no meu ouvido e isso me incomodou bastante."
Os novos casos que vieram à tona reforçam a hipótese da polícia de que o estupro registrado em flagrante não foi o único cometido por Giovanni. Agora, a investigação vai levantar os prontuários para saber de quantas cirurgias ele participou e se fez ainda mais vítimas.
Para estuprar as mulheres, o anestesista exagerava na quantidade de sedativos e agia mesmo com a sala cheia de profissionais de saúde. As suspeitas da equipe começaram há cerca de um mês. As funcionárias que prestaram depoimento afirmaram que o médico deixava as gestantes inconscientes e criava barreiras para impedir que pudessem vê-lo.