No último dia, Senado aprova a MP que reorganiza os ministérios de Lula

MP aprovada impôs derrotas às ministras Marina Silva e Sonia Guajajara, mesmo com reviravolta de Lula no Congresso

Da redação

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
Agência Senado

O Senado aprovou a medida provisória (MP), editada em janeiro deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reorganiza os ministérios do governo federal. O texto, porém, sofreu alterações na Câmara que impuseram derrotas às ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas.

A validade da MP encerraria nesta quinta-feira (1º). Caso não fosse votada, a estrutura governamental teria o perfil do governo anterior, presidido por Jair Bolsonaro (PL). Na prática, o número de ministérios subiu de 23 para 37.

Queda de braço

A votação na Câmara foi marcada por tensão. Momentos antes, em entrevista coletiva, o presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas), cobrou mais articulação do governo e disse que havia uma insatisfação generalizada entre os colegas.

Segundo Lira, caso não fosse aprovada ou até mesmo votada, a “culpa” não seria dos deputados. Lula entrou no jogo para negociar, o que garantiu uma ampla vitória para o Palácio do Planalto, apesar das derrotas às ministras do Meio Ambiente e Povos Indígenas. O governo obteve 337 votos a favor contra 125.

Após a votação no Senado, Lula comentou o resultado. O petista disse que respeita o Congresso e que o parlamento não pode ser submisso: “O Congresso não tem obrigação de aprovar o que quero”.

Demarcação de terras indígenas

Pelo texto aprovado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública volta a responder pelo reconhecimento e pela demarcação de terras indígenas, o que hoje é feito pelo Ministério dos Povos Indígenas. 

Isnaldo Bulhões avaliou que o Ministério da Justiça deve continuar sendo o responsável pelo reconhecimento à demarcação das terras e dos territórios indígenas, “à luz do princípio constitucional da eficiência administrativa e da continuidade das políticas destinadas aos povos indígenas”.

Cadastro rural

Já o Ministério do Meio Ambiente deixa de ser responsável pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR). Agora, a atribuição passa a ser do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Já o Ministério das Cidades fica responsável pelos sistemas de saneamento básico, resíduos sólidos e recursos hídricos.

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