Navio romano de 2 mil anos é descoberto na Croácia a 2 metros de profundidade

Embarcação foi descoberta a uma profundidade de apenas 2 metros e está em bom estado de conservação

Da redação, especial para band.com.br

Barco romano com mais de 2 mil anos é encontrado no mar da Croácia
Centro Internacional de Arqueologia Subaquática

Arqueólogos descobriram um barco romano com mais de 2 mil anos de idade no mar de Sukošan, na Croácia. A embarcação, feita de madeira, foi encontrada a uma profundidade de apenas 2 metros, na região de um antigo porto romano.

O barco possui cerca de três metros de largura e foi encontrado debaixo da areia --aproximadamente nove metros do seu comprimento foram escavados até o momento. Apesar de ter sofrido alguns danos pela ação de vermes como o cupim-do-mar, a maior parte da embarcação está em boas condições de preservação graças à conservação da madeira na areia.

A descoberta do navio foi anunciada pelo Centro Internacional de Arqueologia Subaquática em Zadar, na Croácia, que vem trabalhando nos últimos seis anos em investigações na região junto a parceiros como o Instituto Arqueológico da Alemanha, a Universidade de Zadar e a Universidade Oxford, no Reino Unido.

“O antigo porto de Barbir, perto de Sukošan, foi descoberto em 1973 e, por muito tempo, foi documentado apenas na superfície”, disse Mladen Pešic, diretor do projeto de pesquisa, à Agência Nacional de Notícias da Croácia.

“Em 2017, iniciaram-se obras mais profundas na área, paralelamente à pesquisa de uma vila romana no continente, que foi significativamente danificada devido à construção moderna. Felizmente, parte do local sob o mar está bem preservado”, afirmou ainda o diretor.

Como o navio está localizado em uma profundidade relativamente rasa, isso permitiu que cada equipe de pesquisadores ficasse no mar por um período de uma hora e meia a duas horas, o que é uma grande vantagem em relação a localidades com profundidade de 30 metros, onde os mergulhos ficam limitados a cerca de 20 minutos de duração.

“Com esta pesquisa, conseguimos atingir metade do navio. Cada elemento é marcado, fotografado e, com base nisso, faremos planos para o próprio navio. Ao contrário da maioria dos navios antigos que afundam e acabam deformados no fundo do mar, este conseguiu manter a forma”, declarou Pešic.

Arqueólogos identificaram pela primeira vez a existência de um possível naufrágio na região em 2021, quando encontraram pedaços de madeira e moedas com marcas da era romana no fundo do mar. 

Dados preliminares indicam que o navio foi construído no primeiro ou no segundo século d.C. (depois de Cristo). Amostras do casco da embarcação foram enviadas à França para análises --a expectativa é que seja possível determinar uma data mais precisa da construção do navio e se o material utilizado para a fabricação era local ou veio de outras regiões.

Por enquanto, o barco deve continuar enterrado sob camadas de areia, geotêxtil e pedra para que seja mantida a sua preservação. Em 2023, no entanto, a equipe internacional de arqueólogos pretende retornar os trabalhos no local para escavar o restante do casco da embarcação.

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