O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça Federal nesta quinta-feira (13) oito pessoas por transportar ilegalmente brasileiros aos Estados Unidos. Os acusados também devem responder por lavagem de dinheiro, em valores que ultrapassam R$16 milhões e por organização criminosa.
A denúncia aponta que, de 2019 a 2022, a organização foi responsável pela entrada de pelo menos 444 pessoas no país de forma ilegal, sendo que um terço dessas pessoas eram menores de idade à época da viagem.
Segundo investigações, os integrantes da organização cobravam entre R$ 60 e R$ 70 mil por pessoa para levá-las do Brasil aos EUA. Com o esquema, eles teriam movimentado de maneira ilegal e não declarada os R$ 16 milhões em 45 contas bancárias entre 2017 e 2021.
Na denúncia, o procurador da República Reginaldo Trindade pontuou que a organização localizada em Rondônia era "altamente organizada e de caráter transnacional, atuando no contrabando de brasileiros tendo como rota o México até a entrada irregular nos Estados Unidos”.
A organização chegou a ter sócios e colaboradores de uma empresa de turismo com sede em Buritis, a 321 quilômetros da capital Porto Velho. Para Trindade, "forma de operação do crime organizado está cada vez mais sofisticada. Uma quadrilha, do interior do Estado de Rondônia, patrocinando, ilegalmente, a entrada de pessoas nos Estados Unidos e movimentando milhões neste negócio. É um esquema surreal e criminoso. Os responsáveis terão que responder na Justiça.”
O MPF pretende condenar os denunciados pelos seguintes crimes:
- Promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa;
- Promover migração ilegal, nesse caso, a entrada ilegal de brasileiro em país estrangeiro;
- Lavar ou ocultar bens e valores.