Moro ficou na mira do PCC após assinar portaria na gestão Bolsonaro, diz Gakiya

Em entrevista ao programa “O É da Coisa”, na BandNews FM, procurador alvo de plano do PCC disse que Moro editou portaria contra visita em presídios federais

Da redação com BandNews FM

Portaria editada por Sergio moro contrariou PCC, diz procurador
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O promotor Lincoln Gakiya, um dos alvos de criminosos ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), afirmou que toda a operação que descobriu um possível ataque ao senador Sergio Moro (União) foi descoberta pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

O promotor foi entrevistado, na última quinta-feira (23), no programa “O É da Coisa”, da BandNews FM, apresentado pelo jornalista Reinaldo Azevedo. Gakiya disse que foi alertado pessoalmente do plano do PCC.

Segundo a Polícia Federal (PF), em operação deflagrada nesta semana, o PCC planejava homicídios e sequestros de autoridades. Moro seria um dos alvos dos bandidos.

Portaria assinada por Moro

De acordo com Gakiya, os criminosos descobriram que o senador, quando era ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), editou uma portaria que proibia visitas em presídios federais. Devido a isso, Moro passou a ser alvo da facção.

Uma transferência de presos, em 2019, teria motivado o plano. O procurador informou que o pedido partiu dele e que foi encaminhado ao governo de São Paulo ainda em 2018.

O promotor explicou que, tão logo o plano foi descoberto, a PF no Paraná abriu um inquérito, onde Moro tem residência. Além disso, autoridades estaduais acompanham toda a operação.

Lula citou “armação”

Ontem, presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que acredita que o plano de atentado a Moro seria uma armação do próprio senador. Porém, na entrevista, Gakiya negou tal possibilidade ao pontuar que as autoridades fizeram o necessário para proteger todos os envolvidos.

Em resposta a Lula, Moro publicou um vídeo nas redes sociais para questionar se o petista não tem decência. Na gravação, o senador disse que ficou surpreso e repudiou a fala do presidente.

“É uma família ameaçada pelo crime organizado. Se o presidente não tem nenhum apreço a mim, à vida humana, peço que respeite a minha família, o trabalho da Polícia Federal e das polícias que prestam segurança a mim”, disse o senador.

Plano contra Moro

Na última quarta-feira (22), a PF deflagrou uma operação em que descobriu um plano ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções do Brasil, contra autoridades.

Os criminosos planejavam homicídios e sequestros das possíveis vítimas. Um dos alvos era Moro ex-juiz da Lava Jato, operação que culminou com a prisão, à época, do então ex-presidente Lula.

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