O presidente Lula em um momento de desabafo, nada apropriado para um chefe de Estado, disse que quando estava preso em Curitiba queria se vingar do então juiz Sergio Moro. No dia seguinte, como acompanhamos, a Polícia Federal desbaratou um esquema que planejava matar o atual senador.
Não cabe exploração policial ligando os fatos, embora, nesse país divido com suas ondas de ódio, ela tenha aparecido e crescido, classificada, aliás, como “vil” pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. E é isso mesmo.
O que não exclui o fato de que aquela declaração de Lula não é o que se espera de um presidente. Ainda mais que a palavra “vingança” usada por ele só tende a piorar o clima de divisão no país.
O presidente, faz tempo, poderia e deveria se conter, mas é exatamente o contrário que ele faz. Agora, se saindo com essa e redobrando a dose da falação ao dizer que “é visível a armação de Sergio Moro na operação da Polícia Federal”, acrescentando que não quer atacar sem provas, mas já atacou ou a PF ou a Justiça.
É com essa voracidade verbal descontrolada do ponto de vista racional que Lula, às vezes, ou muitas vezes, ignora gravemente a força e a repercussão das palavras na boca de um presidente da República.