Lula falará com Ursula von der Leyen diante de pressão contra neutralidade

Entre os assuntos, além da guerra na Ucrânia, o Mercosul deve ser discutido com a presidente da Comissão Europeia

Da Redação

Ursula von der Leyen
Reprodução / @vonderleyen

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve conversar nesta quinta-feira (16) com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. De acordo com a sua agenda oficial, divulgada pela assessoria de comunicação da Presidência da República, o contato por telefone está marcado para meio-dia. Lula fará o telefonema do Palácio do Planalto, em Brasília.

A conversa ocorre no dia seguinte ao anúncio pela Comissão Europeia do 10º pacote de sanções que será aplicado contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia, que terá um valor total de cerca de 11 bilhões de euros. 

A previsão é que ele seja implementado antes de 24 de fevereiro, quando o conflito completará um ano.

Lula negou na última semana envio de munição para a Ucrânia, em uma tentativa de permanecer neutro diante do conflito com a Rússia. 

Na quarta-feira (16), o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, fez um apelo para que presidentes e líderes latino-americanos abandonem a neutralidade e escolham o lado certo da História na guerra da Ucrânia. 

Em conferência organizada pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), o chanceler afirmou que Kiev prepara uma política externa específica para a região e que espera aprofundar relações com o Brasil - que ganhou um papel central nas últimas semanas, após pedidos da Otan por envios de munição ao Leste Europeu.

Mercosul

Desde que tomou posse, Lula tem dialogado com várias lideranças da União Europeia para discutir acordos do Brasil com o bloco. Outro tema que é de total interesse do governo brasileiro e também da comissão são as mudanças do acordo entre a UE e o Mercosul.

"Uma coisa que, para nós, é muito cara são [as] compras governamentais. Em um país em desenvolvimento, como o Brasil, compras governamentais são uma forma de você fazer crescer pequenas e médias empresas. Se a gente abre mão disso, a gente está jogando fora a oportunidade das nossas pequenas e médias empresas crescerem. Obviamente, nós vamos sentar à mesa da forma mais aberta possível. O meio termo é você melhorar algo para aqueles que [se] sentem prejudicados”, falou o presidente em janeiro.

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