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Líder do Grupo Wagner fala pela 1ª vez e diz que não pretendia derrubar Putin

Prigozhin afirmou que não pretendia derrubar Putin e recuo ocorreu para 'não derramar sangue russo'

Da redação

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Reuters

O líder do grupo Wagner, Yebgeny Prigozhin, afirmou nesta segunda-feira (26) que recuou as tropas paramilitares para "evitar um derramamento de sangue de soldados russos". O pronunciamento é o primeiro após o fim do motim contra as forças russas, que começou na última sexta-feira (23).

Em vídeo, Prigozhin pontuou que a marcha em direção a Moscou, abortada após negociação com a Rússia, não tinha o objetivo de derrubar o governo de Vladimir Putin, presidente do país. 

"O objetivo da marcha era evitar a destruição do 'Wagner' e responsabilizar os funcionários que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros", disse o líder do grupo, em um áudio de 11 minutos divulgado pelo Telegram. 

A rebelião terminou no sábado (24), quando houve um acordo com o governo de Belarus, aliado de Putin. Em comunicado, o gabinete do ditador Alexander Lukashenko disse Prigozin iria suspender o motim em troca de garantias de segurança para seus combatentes.

Com isso, os mercenários estariam desistindo da tentativa de golpe e voltando para as bases na Ucrânia. Lukashenko teria conversado diretamente com Progozin, logo após um telefonema com o presidente russo.

Entenda o motim do Grupo Wagner

Um grupo paramilitar que lutava pela Rússia na Guerra da Ucrânia se rebelou contra o exército de Vladimir Putin e deu início a uma crise militar em Moscou.

Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo de mercenários Wagner, declarou abertamente que está em uma campanha para contra a defesa russa. Entenda o que é a organização paramilitar Wagner no texto abaixo.

Tudo começou após desentendimentos entre o grupo paramilitar e o exército russo. O estopim foi nesta sexta (23), quando Prigozhin disse que o ministério da defesa atacou um acampamento do grupo Wagner e que muitos de seus combatentes morreram. 

Horas antes do suposto ataque, o líder do pelotão mercenário divulgou um vídeo no qual afirmou que a invasão militar russa ao território ucraniano era baseada em mentiras.

Prigozhin e o grupo paramilitar Wagner

O grupo Wagner é uma organização privada paramilitar com ligações com o governo russo. Eles surgiram em 2014, quando ajudaram as tropas russas a anexar a região da Crimeia, que é território ucraniano. Desde então, os mercenários apoiaram o exército russo em conflitos e guerras civis, incluindo a invasão da Ucrânia, em 2022. Entre os apoios na invasão, o grupo esteve envolvido na tomada da cidade ucraniana de Bakhmut, na batalha mais longa e sangrenta do conflito. 

O líder, Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, é um oligarca russo e ex-prisioneiro da União Soviética. Ele também é procurado pelo FBI, acusado de ajudar a fraudar as eleições presidenciais americanas de 2016, vencidas por Donald Trump. 

Ex-chef de cozinha, Prigozhin é dono de uma rede de restaurantes que presta serviços ao Kremlin. Com isso, ele diz ter "laços profundos" com o Vladimir Putin. 

Atualmente, estima-se que haja mais de 50 mil soldados do grupo Wagner e que cerca de 20 mil estejam combatendo na Ucrânia. 

Zelensky critica Rússia

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky se manifestou, neste sábado (24), a respeito da rebelião do grupo Wagner em território russo. 

Em uma publicação nas redes sociais, o presidente ucraniano afirmou que a “fraqueza da Rússia é óbvia” e comparou os danos causados pela presença dos paramilitares em território ucraniano com a crise atual. 

“A fraqueza da Rússia é óbvia. Fraqueza em grande escala. E quanto mais a Rússia mantiver suas tropas e mercenários em nossa terra, mais caos, dor e problemas ela terá para si mesma mais tarde”, disse em seu perfil no Twitter. 
 

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