Formado por mercenários, Grupo Wagner foi criado por admirador de Hitler

A organização foi fundada por um soldado admirador de Hitler e tem como sucessor um líder que conhece bem os segredos do Kremlin

Por Sandro Barboza

O Grupo Wagner é formado por mercenários não só da Rússia, mas de vários países da Europa. Eles são combatentes que ganham dinheiro pra atuar na guerra.

A organização foi fundada por um soldado admirador de Hitler e tem como sucessor um líder que conhece bem os segredos do Kremlin.

O Grupo Wagner ganhou corpo há 9 anos, quando ajudou as tropas russas a anexarem a região da Crimeia. O líder, Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, é um oligarca russo e ex-prisioneiro da antiga União Soviética. Depois que saiu da prisão, começou a vender cachorro quente em um mercado de pulgas, no então Leningrado, hoje São Petersburgo.

O negócio cresceu e Prigozhin abriu um restaurante, virou sócio de uma rede de supermercados e fundou até cassinos. A fama do restaurante chegou até Vladimir Putin e Prigozhin passou a fornecer refeições para o Kremlin. Ele também estreitou ainda mais os "laços" com o presidente russo. 

Durante a disputa da Rússia pela Crimeia, o empresário começou a investir no meio paramilitar, reuniu ex-militares de elite do exército para expandir uma organização mercenária e atuar junto às forças russas na anexação da Crimeia, na Ucrânia, em 2014. Era a primeira grande atuação do chamado Grupo Wagner junto ao exército russo. 

“Essa organização foi fundada ao fim da primeira e da segunda guerras da Chechênia. O fundador foi um tenente-coronel chamado Dimitri Utkin. Utkin era um admirador de Hitler e ele gostava de Wagner, adorava a música de Wagner. Principalmente porque era um dos favoritos de Adolph Hitler. Por isso o nome Wagner. Utkin depois foi sucedido por Yevgeny Prigozhin”, explicou o jornalista especializado em geopolítica, Moisés Rabinovici.

Desde então, com mercenários internacionais, o Grupo Wagner apoiou o exército russo em conflitos e guerras civis, incluindo Líbia, Sudão e, agora, na Ucrânia.

Com escritórios funcionando em alguns países, entre eles a Argentina, atualmente, estima-se que existam mais de 50 mil soldados do Grupo Wagner, -- e que cerca de 20 mil estivessem, até então, combatendo na Ucrânia.

A relação entre o grupo e a Rússia se deteriorou depois que Prigozhin acusou o exército russo de não fornecer mais munição aos paramilitares e atacar um acampamento dos mercenários.

Não é só o poder bélico do Grupo Wagner que preocupa o Kremilin. O líder dos paramilitares é detentor de segredos da Vladimir Putin, que podem ameaçar o líder russo.

Para o jornalista Moisés Rabinovici, as armas do Grupo Vagner são visíveis e invisíveis.

“Há um grande comprometimento do Putin caso Prigozhin resolva abrir segredos recentes ou mais antigos. São ações que jamais foram reveladas pelo Kremlin. Se ele quiser dizer: "o Putin deu ordem para matar ciclano, fulano, pediu que atacássemos a cidade tal”.

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