Bolsonaro presta depoimento sobre caso das joias sauditas nesta quarta-feira (5)

Ex-presidente será questionado sobre as joias não declaradas que ganhou do governo saudita

Jornal da Noite

O ex-presidente Jair Bolsonaro será ouvido, nesta quarta-feira (5), às 14h30, em depoimento na Polícia Federal no caso sobre as joias recebidas do governo da Arábia Saudita. 

Bolsonaro será questionado sobre as joias não declaradas que, como presidente, ganhou do governo saudita. Inclusive, o terceiro estojo foi devolvido pela defesa dele nesta terça-feira (4) a uma agência da Caixa Econômica Federal.

Entre os itens de luxo estão um relógio Rolex cravejado de diamantes, estimado em mais de R$ 360 mil, uma caneta com pedras preciosas e um par de abotoaduras. O segundo estojo foi entregue na semana passada.

Jair Bolsonaro nega irregularidades e afirma que os objetos foram cadastrados no acervo da Presidência da República.

O primeiro estojo tinha um conjunto de joias femininas - avaliado em R$ 16 milhões - que foi apreendido pela Receita Federal em 2021, no aeroporto de Guarulhos. Depois disso, houve várias tentativas para liberar o estojo. A PF investiga um possível envolvimento do ex-presidente nessas operações de resgate, que acabaram frustradas.

A sede da polícia federal terá a segurança reforçada e o local já está cercado com grades. É possível que algumas ruas no entorno sejam interditadas. 

Também prestará depoimento o coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens. Ele assinou um documento que pedia a liberação das joias pela receita.

Entenda o caso

A equipe de Jair Bolsonaro teria colocado três conjuntos de joias avaliadas em R$ 17,4 milhões no acervo pessoal da presidência da República. Um desses conjuntos foi apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos e foi o primeiro a aparecer na imprensa. 

O primeiro conjunto chegou na bagagem do tenente Marcos Soeiro, à época assessor do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e não foram declarados ao Fisco. No aeroporto, Soeiro escolheu o corredor de quem não tem nada a declarar. Os funcionários da Receita encontraram as joias após fiscalização.

O segundo conjunto, alegado como de uso pessoal, teria tido destinação irregular para o acervo do ex-presidente. Segundo o Tribunal de Contas da União, apenas presentes de pequeno valor, perecíveis e de caráter personalíssimo - como camisetas e bonés - podem ser incorporados ao acervo privado do presidente da República.  

A entrega foi realizada em uma agência da Caixa Econômica Federal, já que o banco tem experiência na guarda de peças preciosas no setor de penhor. Já o terceiro conjunto, também incluídos no acervo da presidência, deve ser devolvido pelos advogados do ex-presidente da República. 

A Receita Federal investiga como os itens entraram no Brasil sem serem declarados. Em 26 de outubro de 2021, auditores do Fisco apreenderam um conjunto de joias feminino avaliado em R$ 16,5 milhões. 

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