PF investiga depósitos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Na perícia realizada no celular do tenente-coronel Mauro Cid, a Polícia Federal encontrou conversas sobre movimentação de dinheiro para o exterior.

Por Túlio Amâncio

A Polícia Federal investiga movimentações financeiras suspeitas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Na perícia realizada no celular do tenente-coronel Mauro Cid, a Polícia Federal encontrou conversas sobre movimentação de dinheiro para o exterior. O que, segundo pessoas ligadas ao militar, teria sido omitido do próprio advogado Rodrigo Roca. 

Nesta quarta-feira (11), Roca deixou de ser o advogado de Cid. Bernardo Fenelon assumiu o caso. Ele é conhecido em Brasília por ser especializado em delação premiada.

O sigilo bancário de Mauro Cid foi quebrado. Transferências que passam dos R$ 400 mil foram considerada suspeitas. Agentes da PF seguem agora a movimentação entre contas e investigam a suspeita de que Mauro Cid transferiria recursos de sua conta particular para outros servidores da Presidência da República que, por sua vez, sacariam o dinheiro em espécie e repassariam a outras pessoas.

Segundo investigadores, uma dessas transações beneficiou uma mulher chamada Maria Helena Moraes Braga, que trabalhou no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro entre 2015 e 2016. Para a PF, o que mais chamou atenção é que essa ex-assessora é casada com um tio de Michelle Bolsonaro.

Em um relatório, a polícia federal diz que essas movimentações revelam indícios de desvio de dinheiro público e que não há motivo aparente para que Cid transferisse recursos de sua conta pessoal para a ex-servidora. 

Nós procuramos a ex-primeira-dama. Segundo ela, o valor transferido de Mauro Cid para Maria Helena era uma "ajuda de custo" de cerca de R$ 1 mil por mês. Já que a ex-servidora de Bolsonaro era babá da filha de Michele com Bolsonaro.

Daniel Cid já é investigado pela PF em inquérito do Supremo Tribunal Federal por ter vazado documento sigiloso da Polícia Federal da apuração sobre um ataque hacker no sistema do TSE em 2018. Esse documento foi apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro numa live, em 2021.

Cid ainda pode ser investigado pela Polícia Federal sobre possíveis irregularidades na compra de imóveis. O portal Metrópoles divulgou que a família de Cid tem mansões nos Estados Unidos. Uma delas, na Califórnia, na qual mora Daniel Cid, irmão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é avaliada em quase R$ 10 milhões.

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