O ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, investigado por suspeita de fraude em certificados de vacina contra a Covid, deve depor na semana que vem.
O tenente coronel Mauro Cid está preso desde quarta-feira no quartel general do Exército em Brasília. Quando foi preso, ele optou por ficar em silencio, mas deve ser ouvido pela Polícia Federal na próxima semana.
Considerado braço direito de Bolsonaro, o tenente coronel já era investigado pela tentativa de recuperar as joias retidas pela Receita Federal em Guarulhos (SP), que seriam presente da Arábia Saudita para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.
Agora, ele também é suspeito de crimes de falsificação de documentos e falsidade ideológica. Por enquanto o Exército vai aguardar os desdobramentos da investigação e não abrirá processo administrativo nem afastará o militar.
A defesa de Mauro Cid tem se reunido com advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro para analisar o caso. Aliados dizem que Cid já decidiu que vai assumir a responsabilidade pelas fraudes para blindar Bolsonaro.
Mas o receio da defesa do ex-presidente é sobre o depoimento da esposa do coronel, que também teve o cartão de vacina fraudado, segundo as investigações.
No período da suposta imunização, em 2021, as filhas do casal não tinham idade para, dentro do calendário de vacinação da época, receber vacinas da Janssen nem da Pfizer.
Mensagens do militar para a cunhada antes das supostas fraudes, mostram que Mauro Cid não confiava nas vacinas. Mas, segundo as investigações, fez de tudo para conseguir os cartões de vacinação.
O depoimento de Bolsonaro ainda não foi marcado. Os advogados dizem que só tiveram acesso aos autos do processo no começo da tarde desta sexta-feira (5). Na quarta (3), quando a operação foi deflagrada, Bolsonaro deveria depor sobre o caso das joias, mas o interrogatório foi adiado.