Com 70 anos de história, a Petrobras chega em 2023 como a empresa que tem a tecnologia mais moderna do mundo na exploração de petróleo em grandes profundidades. Uma das plataformas mais avançadas na Bacia de Santos, a P-71, é uma das grandes promessas do pré-sal na região.
O Jornal da Band visitou a plataforma e mostra como funciona o trabalho dos embarcados no local. Para chegar até lá, a viagem começa no Aeroporto de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, onde saem dezenas de petroleiros para mais uma escala de trabalho.
A 200 KM da costa do Rio de Janeiro, a P-71 tem um regime de dedicação total, em que os petroleiros passam duas semanas longe da família, mas são compensados com 21 dias de folga em terra. Só na P-71, para garantir o funcionamento da operação, são mais de 160 pessoas na plataforma, trabalhadores que se dividem em turnos, porque a produção é 24 horas.
Esta rotina é bem conhecida pelo João Bosco, que trabalha embarcado há 16 anos. "Tenho um filho de 14 anos agora e tá longe dele assim, longe da esposa realmente é pesado às vezes né, mas é um adolescente então agora ele já tá acostumado com essa situação", comenta. Ele relembra momentos de quando o filho era pequeno. “No Jardim de Infância ele falou que eu tirava óleo do mar e que trabalhava com tubarões e baleias”, brinca.
Se bem que o filho de João não está tão errado, como diz o gerente de plataforma Antônio Jorge Sabá. “Um mês atrás eu vi uma baleia-jubarte passando do nosso lado aqui. Me assustei que ela deu aquele esguicho, quando ouvi aquele barulho, aquele monte de água subindo e fui presenteado com a natureza dando bom dia”, afirma.
A operação virou referência mundial, mas ainda tem participação pequena de mulheres. Josy Araújo, técnica de operações, é uma das poucas mulheres embarcadas, mas diz ser uma satisfação trabalhar em um ambiente predominantemente masculino.
“Não me assusta, nem me incomoda o fato de a plataforma ter a maioria do seu corpo de profissionais do sexo masculino. Ao contrário, eu acho que isso é, dá orgulho e dá satisfação, eu acho que é disruptivo e principalmente inspirador pra outras mulheres”, diz.
Plataformas operam com redução de gases do efeito estufa
A P-71 atua com uma série de plataformas com tecnologias avançadas de operação e redução de emissões de gases do efeito estufa. Tudo que é produzido é levado para refinarias. Uma das maiores e mais antigas do Brasil, fica em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Dela, saem 55 produtos diferentes derivados do óleo e gás, como diesel e gasolina. Mas a produção moderna demorou para ser realidade. A primeira plataforma móvel de perfuração, a P-1, foi construída em 1968, que operava em apenas 30 metros de profundidade, algo avançado para a época.
Para se ter uma ideia, a P-71 chega a mais de dois mil metros de profundidade. O tio Mané, atualmente com 84 anos, segue na casa como coordenador de docagem e é uma das relíquias da Petrobras. “Tô trabalhando, tem que encarar o navio”, brinca.