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Baixo desemprego e busca por trabalho menos puxado fazem vagas dispararem no país

Com o desemprego em níveis baixos, historicamente, supermercados e lojas enfrentam desafio para completarem o quadro de funcionários

Da redação

Trabalhar no comércio é puxado. Tem funcionário que, várias vezes, precisa apoiar a equipe em horários extras devido à escassez da mão de obra. A operadora de caixa Mirela Vieira acabou de ser efetivada no setor. Mesmo com ensino médio incompleto, não foi difícil conseguir a vaga e, agora, já faz planos.

Na mesma rede de supermercados onde Mirela trabalha, tem mais de 100 vagas abertas para diversas funções. Os salários variam de R$ 2 mil a R$ 3,6 mil. De vez em quando, acontece de um candidato aceitar a vaga, mas desistir logo em seguida.

“Dizem que estão buscando outras coisas. Às vezes, a jornada de trabalho para elas, fora, é um pouco mais atrativa”, comentou o coordenador de recrutamento Rafael Sales.

Com o desemprego em níveis baixos, historicamente, tornou-se um desafio, principalmente para supermercados e lojas de autosserviço, completar o quadro de funcionários. Falta gente para preencher oito das 10 ocupações que mais empregam nessa área.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) 60% da força de trabalho, nesse tipo de comércio, realizam funções de operador de caixa, padeiro, açougueiro, embalador, repositor de mercadorias, atendente de loja, vendedor e auxiliar de serviços de alimentação. Só em São Paulo, são quase 35 mil vagas abertas, indica a Associação Paulista de Supermercados. Veja abaixo:

  • operador de caixa: 7.225;
  • repositor: 5.909;
  •  açougueiro:4.314;
  • operador de frios e laticínios: 3.866;
  • empacotador: 2.778; 
  • operador de hortifrúti: 2.103;
  • padeiro: 1.202;
  • estoquista: 1.195;
  • fiscal de caixa: 860; e
  • confeiteiro: 739. 

Outras 4.228 vagas estão distribuídas entre diversas funções na área.

O Jornal da Band visitou uma padaria que, a um dia da inauguração, estava sem o time completamente fechado. Dos 200 funcionários necessários, ainda faltam 50, tanto para atendimento quanto para produção.

“Com esse avanço da tecnologia, avanço desses empregos mais digitais, tem muita gente que vai buscando essa informalidade e tem observado uma remuneração um pouco maior. É importante lembrar que, geralmente, o trabalhador informal não estar protegido. Ele não tem seguro-desemprego, não tem um benefício de saúde, não tem uma aposentadoria”, explicou Rodolpho Tobler, pesquisador da FGV.

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