Indústria deve precisar de 300 mil profissionais formados no ensino técnico

Mão-de-obra saída de cursos do tipo é absorvida por grandes empresas, com planos de carreira

Por Roberta Scherer

A indústria cada vez mais precisa de trabalhadores formados em cursos técnicos. O ensino é uma alternativa para melhorar o emprego e renda no país, tanto, que no futuro, a indústria deve precisar de mais de 300 mil profissionais formados no ensino técnico. 

Na J&F, que funciona na JBS Brasil, há ensino técnico de graça, que aproveita ao menos 98% dos alunos formados na empresa. O curso tem uma rigorosa seleção com provas e entrevistas, como explica a responsável pelas relações institucionais da J&F, Thais Pires. 

“É educação, qualificação de alta qualidade e gratuita, ligando a empregabilidade. A gente só consegue isso ligando a empresa a escola. O impacto na renda familiar per capita dos alunos é de 72%, altíssimo”, explica. Hoje, a JBS tem 151 mil contratados, absorvendo boa parte da mão-de-obra de cursos profissionalizantes. 

Brenda Melo, atual gestora da Seara, estudou no curso da J&F. Com apenas 23 anos, ela tem um cargo de liderança em uma das maiores empresas do país. “Foi um susto pensar que com 21 anos vou conseguir liderar uma equipe abaixo de mim, que tem o dobro da minha idade, pessoas com 40, 50 anos”, diz. 

“Supre a mão-de-obra com certeza, mas, mais do que isso, é suprir com qualidade. O jovem é muito diferente do que a gente tinha no passado”, diz Gilberto Xandó, CEO da JBS Brasil. 

Senai associa cursos com a necessidade da indústria

O Senai é uma das principais instituições de educação profissional do país. A proposta é associar os cursos com a necessidade da indústria de cada região. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, os cursos são de mecatrônica e desenvolvimento de sistemas. 

“O mapa do trabalho hoje mostra que a indústria vai precisar de mais de 300 mil profissionais de ensino técnico para ser contratados, né? Então a formação que a gente faz dentro do Senai vai ao encontro dessa necessidade”, explica gerente de Educação Profissional e Superior do Senai. 

Marina e Heitor tem contato com o que há de mais atual na indústria, antes mesmo de formados. “O curso me integra mecânica, elétrica, programação e automação. A gente integra essas áreas para aquelas estejam juntas e por que nas fábricas os robôs funcionem”, diz Marina dos Santos. 

“Saindo com o curso técnico médio, acho um passo gigantesco que você pode dar na sua vida profissional. Vai me ajudar muito lá na frente, quem sabe, conquistar meu sonho”, diz Heitor Santarelli. 

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.