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PC aguarda laudo para concluir inquérito de líder espiritual acusado de estupro

A polícia aguarda o laudo da perícia, dos materiais apreendidos, para ter mais detalhes de como ele dopava as vítimas para cometer os abusos sexuais.

Da Redação

A Polícia Civil deve encerrar nesta quarta-feira (24) o inquérito que investiga o suposto líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro, de 49 anos, acusado de estuprar mulheres durante sessões terapêuticas, em Socorro (SP). Os oficiais aguardam o laudo da perícia dos materiais apreendidos, para ter mais detalhes de como ele dopava as vítimas para cometer os abusos sexuais. Ele também trabalhava no hospital da cidade, onde uma adolescente afirma ter sido abusada pelo suspeito.

O suspeito está preso desde a última segunda-feira (15), no Presídio de Sorocaba (SP), exclusivo para autores e suspeitos de cometerem crimes de violência sexual. 

Oficialmente, a Polícia Civil ouviu o depoimento de 16 vítimas desde o início das investigações. Outras quatro pessoas entraram em contato com a polícia por telefone ou redes sociais, mas, por receio, não oficializaram a denúncia através do registro do Boletim de Ocorrência e do depoimento. Mas, caso mudem de ideia, ainda podem registrar oficialmente a denúncia.

Também foram ouvidos a mãe e o pai de santo do centro religioso que Jessey Maldonado frequentava e, segundo as vítimas, se aproximava de mulheres emocionalmente vulneráveis para ganhar a confiança delas e oferecer os serviços terapêuticos que prestava na casa dele. Outras cinco testemunhas foram ouvidas.

A esposa do suposto líder espiritual Jessey Maldonado Monteiro, foi convocada para prestar esclarecimentos, mas, como testemunha, ela não é obrigada a prestar esclarecimentos. 

As vítimas estão recebendo amparo psicológico da prefeitura e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Socorro (SP). 

Segundo as investigações, o suspeito trabalhava como técnico de raio x no hospital municipal de Socorro (SP) e teria cometido abusos também dentro da unidade, inclusive contra uma adolescente. Na época, a jovem tinha 15 anos.

Ele também atuava como ‘líder espiritual’ e, segundo as vítimas, usava o espaço religioso para conseguir a confiança das mulheres e indicar tratamento de terapias, regressão, quiropraxia, hipnose e massagens na casa dele. Ele ainda teria usado ajuda de mãe de santo do terreiro, que indicava os serviços dele.

Jessey Maldonado Monteiro é acusado de aproveitar o fato de que as vítimas iam ao centro de umbanda fragilizadas psicologicamente, para conseguir ajuda espiritual. Às vítimas, ele dizia que tinha poderes superiores e era capaz de curar dores, tanto físicas quanto emocionais.

A maioria das vítimas relatou à polícia que, antes das terapias – que custavam cerca de R$ 150 –, o homem dava às vítimas um copo d’água, que ele dizia que funcionava como condutora elétrica e era essencial para a terapia. 

As vítimas contaram, ainda, que, no momento do abuso, não conseguiam ter reação, pois, ficam sonolentas e sem força física. A polícia suspeita que ele batizou a bebida.

Ainda conforme o relato das mulheres, o abusador induzia os pacientes a tirarem a roupa, sob argumentos religiosos e medicinais. Ele passava uma quantidade exagerada de óleo no corpo das vítimas e iniciava os abusos. O autor também utiliza técnicas de hipnose. 

Durante buscas na casa do suspeito, foram localizados um celular, aparelhos de mídias, remédios, brinquedos sexuais, seringas, munições e duas armas de fogo – uma delas ilegal.

O caso foi registrado como captura de procurado e cumprimento de mandado de busca e apreensão, na Delegacia Policial de Serra Negra (SP).

Nota do tempo religioso que o suspeito atuava 

"Em razão das matérias que têm sido veiculadas na mídia envolvendo o Templo Religioso Mar da Espiritualidade, através da presente, os advogados representantes da Instituição, Adrian Piranga e Elaine Colicigno, vem a público manifestar que o Templo e seus representantes legais, tem total repúdio aos crimes hediondos noticiados ocorridos na cidade de Socorro/SP.

 Ressaltamos que a pessoa presa, acusada pela prática dos delitos de tamanha atrocidade, trata-se de terceiro, que nunca foi líder religioso do Templo Religioso Mar da Espiritualidade ou seu representante legal, sendo que e assim como outras pessoas era apenas frequentador e tão somente membro da casa. 

Outrossim, temos que todos os fatos noticiados não eram de conhecimento dos representantes legais da Instituição, que já tomou as medidas para exclusão do mesmo do quadro de membros, sendo certo que jamais compactuou com as barbaridades noticiadas, reiterando que a missão do Templo Religioso Mar da Espiritualidade é justamente amparar e proteger o bem estar de todos! 

Dessa forma, reputa ser lamentável os fatos ocorridos e se coloca à disposição da justiça para colaborar na elucidação dos fatos."