O apresentador Eduardo Oinegue, do Jornal da Band, criticou a postura de Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira sobre as investigações da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Dino participou de entrevista ao lado do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o diretor do Sistema Penitenciário Federal Substituto, Renato Vaz. O ministro anunciou a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Correa e a delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, em que disse que Ronnie Lessa efetuou os disparos contra o veículo.
"É incrível o que aconteceu hoje no caso Marielle. Teve uma delação premiada, mas uma delação premiada que não apontou o dedo para cima - na direção dos mandantes. Apontou o dedo para baixo, na direção de um bombeiro, que já sabiam que estava enrolado no caso", disse Oinegue, que fez críticas ao ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Lula.
"E para anunciar essa delação que gerou buscas e apreensões, quem apareceu para falar? O ministro da Justiça. É isso mesmo. O Flavio Dino. O ministro não deveria falar nunca sobre investigações porque não é ele quem investiga coisa alguma. Ele é o chefe institucional da Polícia Federal, que tem autonomia para investigar. Quem preside o inquérito é um delegado, que não presta contas para o ministro. Mas ainda assim o ministro se colocou debaixo dos holofotes. Ele faz isso a toda hora, sempre tirando uma casquinha. Será que ele vai cansar e parar? Ou a gente vai cansar dele e não prestar mais atenção ao que ele diz?", disse o jornalista.