Em encontro nesta terça-feira (27) com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) aceitou o convite para assumir o Ministério da Casa Civil. As informações são do Jornal da Band.
Nogueira, um dos principais expoentes do Centrão, chegou cedo ao Palácio do Planalto para a reunião com o presidente da República. A confirmação de que ele aceitou ser o novo chefe da Casa Civil veio por meio das redes sociais.
Em uma delas, disse ter aceitado “o honroso convite” e pediu proteção a Deus para cumprir o desafio “com empenho e dedicação”. Depois, publicou uma foto ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), de Bolsonaro e dos ministros Fábio Faria (Comunicações), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e do general Luiz Eduardo Ramos, que deixa a Casa Civil e vai comandar a Secretaria-Geral da Presidência.
O senador escreveu que espera contar com o apoio de Arthur Lira, a quem chamou de “querido amigo”. Como primeira suplente, a mãe de Ciro Nogueira, Eliane e Silva Nogueira Lima, vai assumir a vaga dele no Senado.
A Casa Civil é um dos ministérios mais importantes - por isso, um dos mais cobiçados de todos os governos. Tem pode para nomear e demitir funcionários e autorizar a execução de obras pelo país.
Para a oposição, a escolha de Ciro para a pasta tem um motivo. “A grande preocupação de Bolsonaro é tentar se proteger no Senado da eventualidade de um processo de impeachment que possa passar pela Câmara dos Deputados”, acredita o senador Humberto Costa (PT-PE).
Já o deputado Fausto Pinato (Progressistas-SP), mesmo sendo crítico de Bolsonaro, elogiou a nomeação do colega de partido. “Certamente vai ajudar e muito esse governo na articulação política, administrativa. Ele é um cara extremamente habilidoso, perpicaz, uma pessoa do bem, um construtor de pontes”, disse.
Com quase 30 anos de Congresso, Ciro Nogueira é presidente do Progressistas e circula com facilidade entre os partidos. É alvo de cinco investigações da Operação Lava Jato, mas em relação a isso, Bolsonaro diz não ver problemas
“Se eu afastar do meu convívio parlamentares que são réus ou têm inquéritos, eu perco quase metade do Parlamento”, disse o presidente. “Então, se o Ciro ou qualquer outro ministro meu for julgado e condenado, obviamente se afasta do governo. Mas, no momento, é o que eu tenho para trabalhar aqui em Brasília.”
O novo ministro deve assumir na próxima semana, quando o general Ramos irá para a Secretaria-Geral da Presidência. Com isso, Onyx Lorenzoni – atual titular do posto - vai assumir o Ministério do Emprego e Previdência, que será recriado.