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Frio pode facilitar sobrevivência de soterrados na Turquia, dizem especialistas

Aleyna Olmez, de 17 anos, foi resgatada com saúde nesta quinta-feira (16) após 248 horas (dez dias) debaixo de escombros

Narley Resende, com agências

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Doğukan Keskinkılıç/AA

O estado de saúde de Aleyna Olmez, de 17 anos, que foi resgatada de ruínas na Turquia após 248 horas dos terremotos devastadores da semana passada, surpreendeu médicos, segundo relatos à agência turca de notícias Anadolia.

Após o primeiro exame no Hospital Universitário "Sutcu Imam" em Kahramanmaras, Aleyna foi transferida para Ancara. O médico Cengiz Dilber disse que era incrível que Aleyna estivesse tão bem de saúde, considerando que ela estava sob os escombros por 248 horas.

"Ficamos surpresos que as funções corporais dela são boas e que a função renal dela não piorou. É uma coisa incrível. A saúde dele é muito boa. Claro, há traumas", disse Dilber.

Segundo ele, não há muitas fraturas graves em seu corpo. "Agora a estamos enviando para Ancara. Por causa do trauma, precisamos removê-la desta área", acrescentou Dilber.

Frio

As baixas temperaturas, próximas de zero grau, ou até mais baixas, na região afetada, podem em certas circunstâncias facilitar a sobrevivência das pessoas presas, como explicaram especialistas da equipe de bombeiros de Madrid, em Espanha, que participou vários dias nos resgates, à agência Efe.

Os escombros protegem contra o frio extremo e, como não faz calor, o corpo não transpira e desidrata como no verão, quando as chances de sobrevivência seriam de apenas dois ou três dias, precisaram. 

Integrantes da equipe brasileira que atua no resgate disseram à reportagem da Band que até 20 dias depois do desastre ainda será possível encontrar pessoas com vida, segundo consta na literatura especializada. 

O repórter Rodrigo Hidalgo, da Band, que está em Kahramanmaras para acompanhar os trabalhos da missão brasileira na Turquia, relatou que há uma média de cinco resgates de pessoas com vida por dia nos últimos quatro dias. 

Sozinha

Os jornalistas perguntaram a Aleyna sobre sua saúde. "Estou bem, obrigado", disse brevemente o jovem de 17 anos. Quando questionada sobre o que estava acontecendo sob as ruínas, Aleyna disse: "Eu não tinha nada, estava sozinha".

Sua tia Guler Duman disse que está feliz porque Aleyna está bem. "Graças a Deus, nossas preces foram atendidas. Oramos a Alá por 11 dias", acrescentou Duman.

Aleyna Olmez, de 17 anos, foi resgatada de escombros no assentamento de Kayabasi, em Kahramanmaras, na Turquia, 248 horas depois que o terremoto atingiu o sul do país e da vizinha Síria.

Outros resgates

Cinco pessoas foram resgatadas com vida na quarta-feira depois de nove dias soterradas nos escombros, na sequência dos terremotos na Turquia que provocaram, pelo menos, 40 mil mortos no país e na Síria.

O último resgate ocorreu em Antioquia, uma das cidades mais destruídas pelos terremotos, onde as equipas de resgate retiraram dos escombros com vida uma mulher e os dois filhos, presos durante 228 horas.

Uma hora antes, as equipas tinham resgatado uma mulher de 74 anos, Cemile Kekeç, habitante da cidade de Kahramanmaras, perto do epicentro. Na mesma cidade, uma mulher de 42 anos, Melike Imamoglu, foi encontrada viva num prédio que tinha desabado, depois de as equipas de busca ouvirem os seus pedidos de socorro.

Os cinco resgates, quase milagrosos por ocorrerem ao fim de vários dias, somam-se ao salvamento de uma outra mulher, Fatma Güngör, de 77 anos, resgatada na cidade de Adiyaman.

As baixas temperaturas, próximas de zero grau, ou até mais baixas, na região afetada, podem em certas circunstâncias facilitar a sobrevivência das pessoas presas, como explicaram especialistas da equipe de bombeiros de Madrid, em Espanha, que participou vários dias nos resgates, à agência Efe.

Os escombros protegem contra o frio extremo e, como não faz calor, o corpo não transpira e desidrata como no verão, quando as chances de sobrevivência seriam de apenas dois ou três dias, precisaram.

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