Força-tarefa do caso Marielle ouviu militar preso que diz conhecer mandante

Aliado de Bolsonaro preso por suposta fraude em carteiras de vacinação disse a Mauro Cid que sabe quem mandou matar Marielle Franco

Da redação

A força-tarefa que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco já apura a fala do militar da reserva Ailton Barros, um dos presos pela Polícia Federal (PF) em operação contra fraude em cartões de vacina envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a filha mais nova dele e aliados.

Em mensagem interceptada pela PF, Ailton disse que sabe quem matou Marielle. O conteúdo foi encaminhado para às autoridades do Rio de Janeiro. Após a prisão pela PF, o militar foi ouvido pela força-tarefa fluminense. A informação foi confirmada pela Band Rio.

Ailton foi candidato a deputado estadual do Rio de Janeiro pelo PL, mesmo partido de Bolsonaro. Ambos posam juntos em diversas fotos e vídeos.

No ofício da PF sobre o caso, Ailton citou o nome do ex-vereador Marcello Sicilliano, investigado pela execução da vereadora em 2018. Segundo o documento, o político teria intermediado a inserção de dados falsos de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde em benefício da esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Em troca das negociações sobre os cartões de vacina, Mauro Cid promoveria um encontro de Sicilliano com o cônsul dos Estados Unidos para que pudesse resolver problemas no visto para entrar no país. Isso porque, supostamente, a citação do ex-vereador no caso Marielle o prejudicou nesse sentido.

Em meio a essa conversa, Ailton disse que sabe quem mandou matar a vereadora e o motorista dela, Anderson Gomes.

“Então quem resolva quem resolva o problema do garoto, entendeu? Que tá nessa história de bucha. Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha. Eu sei dessa história da Marielle, toda irmão, sei quem mandou. Sei a p***a toda. Entendeu? Está de bucha nessa parada aí”, diz Ailton na troca de mensagem.

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