Mesmo com enorme pressão do governo para redução, a taxa básica de juros no Brasil vai continuar em 13,75% ao ano. Esperada por economistas, a decisão veio após reunião do Comitê de Política Monetária do BC na tarde de ontem.
Havia uma expectativa de que o Copom pudesse sinalizar uma possível queda da Selic a partir do próximo mês. No entanto, em comunicado divulgado com a decisão, o comitê, inclusive, não descartou a possibilidade de subir a Selic novamente caso a inflação não cesse.
Além do aumento dos preços, o Copom cita as incertezas em relação à proposta da nova regra fiscal do governo para manter os juros no mesmo patamar. Já no cenário externo, a nota menciona o temor por uma crise econômica nos Estados Unidos provocada pela quebra recente de bancos regionais.
Segundo a colunista de economia da Rádio Bandeirantes, Juliana Rosa, uma eventual queda da Selic está relacionada com a revisão da meta de inflação.
Na próxima reunião do Copom, daqui a 45 dias, a expectativa é por uma redução dos juros caso a inflação não siga acelerando. Nesse caso, o reajuste para baixo deve ser gradual, como explica o ex-diretor do BC Luis Eduardo Assis.
A quarta-feira também foi marcada por uma decisão importante nos Estados Unidos. Por lá, o Banco Central americano, o Federal Reserve, decidiu aumentar os juros no país em 0,25 pontos porcentuais. Atualmente, a taxa está na faixa dos 5% e 5,25% ao ano.