Caso Moïse: grupo protesta contra morte do congolês no Rio de Janeiro

Manifestantes realizaram um protesto na madrugada desta quinta-feira (3) contra a morte do congolês Moïse Kabagambe

Por Marcus Sadok

Manifestantes realizaram um protesto na madrugada desta quinta-feira (3) contra a morte de Moïse Kabagambe, em frente ao quiosque Tropicália, onde o congolês trabalhava na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Uma barricada foi montada e incendiada. Cerca de 50 pessoas participaram. 

A Polícia Civil segue investigando o caso. Hoje, um policial militar, dono de um dos quiosques da região onde aconteceu o crime, deve depor. 

Os três homens presos pela morte do congolês Moïse negaram em depoimento que tinham a intenção de matá-lo. Na quarta (2), a Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão temporária de Fábio Pirineus da Silva, o Belo; Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; e Brendon Alexander Luz da Silva, o Totta. Eles foram transferidos para o presídio de Benfica, na zona norte da capital fluminense.

Relembre o caso

Um crime bárbaro ocorrido na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, chocou o Brasil e o mundo nas últimas semanas. Na noite de 24 de janeiro, uma segunda-feira, o refugiado congolês Moïse Kabagmabe foi encontrado sem vida, com mãos e pés amarrados e sinais de espancamento próximo de um quiosque onde trabalhava. 

Quem era a vítima?

Moïse Kabagmabe, de 24 anos, fugiu da guerra civil e da fome na República Democrática do Congo, na África, e veio para o Brasil em 2014 tentar começar uma nova vida com a mãe e os irmãos. 

Como foi o crime?

Segundo o depoimento de familiares e amigos, Moïse saiu de casa dizendo que iria até o quiosque Tropicália, próximo ao Posto 8, na praia da Barra da Tijuca, para cobrar R$ 200 pagamentos atrasados de duas diárias. O jovem também costumava dizer que estava cansado de “brincadeiras” que eram feitas com ele no serviço. 

As câmeras de segurança do próprio quiosque mostram um grupo de ao menos cinco pessoas atacando Moïse com socos, chutes e pedaços de madeira. Em determinado momento, ele foi imobilizado. Ainda assim, seguiu sendo agredido por mais cinco minutos, aproximadamente.

Após perceberem que a vítima estava imóvel, alguns dos envolvidos na agressão tentaram reanimá-lo com uma massagem cardíaca. Depois, fugiram do local de carro.

O corpo do congolês foi encontrado à noite. Ele morreu de traumatismo do tórax, com lesão pulmonar.

O porrete usado pelo grupo foi encontrado em uma área de mata perto do quiosque.

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