Prefeitura do Rio interdita quiosque onde Moïse foi espancado até a morte

Medida ocorre até que sejam apuradas as responsabilidades pelo episódio

Gustavo Sleman

Operações nas estações também foram suspensas pela concessionária Orla Rio Reprodução
Operações nas estações também foram suspensas pela concessionária Orla Rio
Reprodução

A Prefeitura do Rio interdita o quiosque onde o ajudante de cozinha congolês Moïse Kabamgabe foi espancado até a morte. As secretarias municipais de Fazenda e de Ordem Pública suspenderam o alvará de funcionamento desse e de outro estabelecimento localizados na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.

De acordo com as pastas, a medida ocorre até que sejam apuradas as responsabilidades pelo episódio. As operações nas estações também foram suspensas pela concessionária Orla Rio. De acordo com a empresa, caso um dos operadores seja legalmente considerado culpado pelo crime, vai ser solicitada a rescisão unilateral do contrato.

Um dos suspeitos de participar da agressão que terminou em morte se apresentou À Polícia Civil. O homem, que não teve o nome revelado, procurou uma delegacia em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Ele foi encaminhado para uma outra unidade policial na Barra da Tijuca, onde é ouvido.

Segundo ele, o grupo que agrediu Moïse agiu por impulso ao perceber que o jovem segurava uma cadeira com o intuito de atacar alguém. Além disso, o suspeito afirma que o congolês já havia se envolvido em uma confusão no dia anterior.

Além do homem que se apresentou à polícia, o dono do quiosque onde o caso ocorreu, na altura do Posto 8 da Praia da Barra, também é ouvido na delegacia da Barra da Tijuca. Mais cedo, advogados dele estiveram na Delegacia de Homicídios da Capital.

A presidente da ONG Unegro, Cláudia Vitalino, afirma que o grupo não vai permitir que o crime fique impune.

A Polícia Civil analisa as imagens de câmera de segurança do local. Nos vídeos, é possível observar que um grupo de ao menos cinco pessoas atacam Moïse, inclusive com pedaços de madeira. Em determinado momento, o jovem é imobilizado. Após perceberem que Moïse estava imóvel, alguns dos envolvidos na agressão tentam reanimá-lo.

Na análise do presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Rio, Álvaro Quintão, essa ação não isenta os agressores.

Pelas redes sociais, o governador Cláudio Castro afirmou que as forças policiais vão atuar com empenho para levar os responsáveis pelo crime à Justiça.

Na Internet, o Flamengo, o atacante Gabigol e o cantor Caetano Veloso prestaram solidariedade a família de Moïse. Nesta terça (1), o prefeito do Rio Eduardo Paes recebeu a mãe e dois irmãos do jovem em seu gabinete. O político colocou a estrutura da Prefeitura à disposição dos familiares para que recebam todo o apoio necessário.

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