A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu o uso de 21 milhões de doses da Coronavac envasadas na China. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirma que aplicou quatro milhões de doses dos lotes bloqueados.
A medida cautelar que interdita o lote ocorreu pelo fato de os imunizantes terem sido envasados em um laboratório não autorizado pelo órgão brasileiro.
A comunicação da irregularidade à Anvisa foi feita pelo próprio Instituto Butantan, que observou o problema e fez o alerta na noite de sexta-feira (3). Segundo o governo de SP, não há registro de "intercorrências" envolvendo esses imunizantes.
Em nota, a agência reguladora informou que todos os imunizantes utilizados no país devem atender aos critérios estabelecidos pela Anvisa, sob risco de comprometimento da eficácia e segurança das doses.
Já o Ministério da Saúde disse que os estados foram avisados para não distribuírem as doses e caso essa remessa já tenha sido repassada para municípios, que eles não apliquem os imunizantes.
O Instituto Butantan negou, também em nota, que a população esteja em risco após a decisão da Anvisa. Segundo os pesquisadores, documentos foram apresentados há 15 dias em que é possível garantir a segurança de doses da CoronaVac.
Confira o comunicado na íntegra:
"O PEI (Plano Estadual de Imunização) contra COVID-19 de São Paulo tem convicção da segurança e eficácia da Coronavac e, prezando por critérios técnicos, acompanhará a deliberação da Anvisa com relação aos lotes indicados pela Agência.
No decorrer da campanha, o Estado já aplicou mais de 21 milhões de doses de Coronavac, incluindo cerca de 4 milhões relacionadas aos mesmos lotes apontados, e até o momento não se observou intercorrências em termos gerais. De todo modo, toda a rede está orientada sobre a importância do monitoramento de todas as pessoas vacinadas, independentemente do imunizante administrado.
O Estado aguardará parecer das autoridades sanitárias para proceder com a distribuição de 1,5 milhão de doses da Coronavac entregues a SP ontem. A pasta estadual trabalha em sintonia com o Instituto Butantan e tem convicção na liberação das doses para a aplicação na população.