O atacante Robinho e Ricardo Falco foram condenados em última instância pela Justiça italiana a nove anos de prisão por violência sexual de grupo contra uma jovem albanesa em 2013, em uma boate de Milão, após julgamento nesta quarta-feira (19). Esta é a decisão final, já que não cabe recurso.
A Corte de Cassação de Roma (equivalente ao Supremo Tribunal Federal no Brasil) tomou a decisão por meio de por um colegiado com cinco juízes - quatro homens e uma mulher. A audiência do caso aconteceu pela manhã e durou apenas 30 minutos.
No entanto, o atleta seguirá em liberdade no Brasil, já que pela Constituição Federal, o Brasil proíbe a extradição de nativos e não existe um tratado judiciário entre os dois países. A expectativa é que a Justiça italiana solicite ao sistema judiciário brasileiro para que o jogador possa cumprir a pena no Brasil. O atacante e Falco também não podem viajar para países que tenham acordo de extradição de condenados com o governo italiano.
O brasileiro não compareceu ao julgamento já que, se entrar na Itália, pode ser preso. Durante a sustentação oral na audiência, um dos advogados do atacante voltou a garantir que as relações sexuais entre a vítima e o brasileiro foram consensuais, e tentou apresentar um dossiê sobre a vida particular da mulher, mas foi impedido pelo presidente da Corte. A Procuradoria era contra o recurso.
Quem também acabou julgado foi Ricardo Falco, amigo de Robinho. Em instâncias inferiores, ambos já haviam sido condenados a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo. Em novembro de 2017, eles receberam o primeiro veredito.
O segundo parecer veio em 2020, com a mesma decisão da primeira instância sendo mantida. Na penúltima audiência, as juízas destacaram “particular desprezo do jogador em relação à vítima, que foi brutalmente humilhada” e a tentativa de “enganar as investigações oferecendo uma versão dos fatos falsa e previamente combinada”.
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O caso
O crime aconteceu em janeiro de 2013, em uma boate de Milão - Robinho era jogar do Milan à época. A vítima, uma albanesa atualmente com 32 anos, revelou ter sido embriagada e forçada a manter relações sexuais com seis homens, entre eles Robinho e Ricardo Falco, enquanto estava alcoolizada e inconsciente. Os outros quatro brasileiros não foram acusados formalmente, apenas citados nos autos.
Robinho nega o estupro e diz que a relação sexual foi consentida.
Em outubro de 2020, o Santos anunciou a volta do jogador para sua quarta passagem pelo clube paulista, mas o acordo foi cancelado depois da repercussão negativa do caso. Desde então, o atleta de 37 anos, que já atuou também por Real Madrid, Manchester City, Mlian, Atlético-MG e seleção brasileira, está sem clube.