Acidente de Michael Schumacher completa dez anos; o que se sabe desde então

Heptacampeão de F1 não aparece em público desde 2013; família trabalha com recuperação e divulga poucas informações

Da redação

Heptacampeão de F1 não aparece em público desde 2013
@f1/Twitter

Em 29 de dezembro de 2013, Michael Schumacher estava esquiando com a família em um resort nas montanhas de Méribel, na França, quando saiu da trilha demarcada e sofreu um grave acidente, batendo a cabeça contra uma rocha. A vida do heptacampeão de Fórmula 1 nunca mais foi a mesma.

Passados dez anos daquele acidente, Schumacher nunca mais apareceu em público. Desde então, as informações sobre a vida de um dos maiores nomes da história da F1 são restritas.

Levado a um hospital de Grenoble, também na França, Schumacher foi colocado em coma induzido e passou por duas cirurgias em menos de 24 horas. Nos primeiros meses, apresentou sintomas de consciência, recebendo alta da instituição em junho de 2014. Levado para a Suíça para seguir com a reabilitação, está em casa desde setembro daquele ano.

As informações ao longo da década foram poucas. Em setembro de 2016, por exemplo, o advogado de Schumacher, Felix Damm, disse a um tribunal alemão que o ex-piloto não podia andar. A descrição era resposta a uma revista local, que alegava que o heptacampeão conseguia dar passos com a ajuda de terapeutas.

“Infelizmente, fomos forçados por uma recente matéria da imprensa a esclarecer que a informação de que Michael podia se mover não é verdadeira”, afirmou Damm na ocasião. “Tal especulação é irresponsável, porque, dada a seriedade de suas lesões, sua privacidade é muito importante. Infelizmente, isso também dá falsas esperanças a muitas pessoas envolvidas.”

Durante todo este período, uma das principais fontes de informações a respeito tem sido Jean Todt, ex-chefe de equipe da Ferrari, com o qual Michael Schumacher conquistou cinco títulos consecutivos de Fórmula 1 (2000 a 2004). O francês é bastante próximo da família Schumacher e tem o aval para eventuais visitas.

Todt já informou, por exemplo, que assiste a corridas de Fórmula 1 pela TV ao lado do alemão. Nos primeiros anos, o discurso do ex-presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) indicava um tom otimista.

“Podemos presumir que Schumacher poderá levar uma vida relativamente normal em um curto espaço de tempo. O que podemos dizer é que ele provavelmente nunca pilotará um carro de F1 outra vez”, afirmou Todt em 2024 à TV alemã RTL.

O tom, porém, não se repetiu em entrevistas posteriores. Perguntado a respeito pelo jornal italiano La Stampa, esquivou-se. “É uma questão privada. A única coisa que digo é que adoro Michael, adoro sua família e é justo que se respeite sua privacidade”, afirmou, em entrevista publicada no começo de dezembro de 2023.

No documentário Schumacher, lançado em 2021 pela Netflix, a mulher do ex-piloto deu um raro depoimento a respeito. Corinna afirmou que ele está “diferente”, mas “está aqui”. A produção não mostra imagens do alemão posteriores ao acidente de esqui.

“Ele ainda me mostra como é forte a cada dia”, afirmou ela. “Fazemos todo o possível para termos Michael melhor e nos assegurarmos que ele está confortável. E para simplesmente fazer com que ele se sinta em família.”

Mick Schumacher, filho do casal Michael e Corinna, tinha 14 anos na época do acidente. Desde então, deixou os karts e iniciou uma carreira nos mopostos. Foi campeão da Fórmula 2 em 2020 e correu na F1 pela Haas em 2021 e 2022. Desde então, virou piloto reserva da Mercedes em 2023 e vai disputar o Mundial de Endurance pela Alpine em 2024.

No documentário, Mick diz que “daria tudo” para conversar com o pai sobre corridas, indicando dificuldades do pai para se comunicar. Informação semelhante já havia sido divulgada por Jean Todt em 2019.

Ainda em setembro de 2019, o jornal francês Le Parisien informou que Michael Schumacher havia passado por um tratamento com células-tronco em Paris. O hospital não divulgou detalhes a respeito, mas uma fonte da equipe de enfermagem informou que ele estava consciente.

As informações mais recentes foram publicadas pelo jornal alemão Bild em 27 de dezembro de 2023, a dois dias da data que marca os dez anos do acidente. De acordo com a publicação, o heptacampeão foi levado como passageiro em um carro de passeio da Mercedes na tentativa de estimular o cérebro. Além disso, foi exposto a sons de pistas de Fórmula 1 com o mesmo intuito.

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