O Autódromo de Interlagos já viu Pelé como destaque da Fórmula 1 em diversas ocasiões. Fosse na entrega do troféu, como no então GP do Brasil de 2000, fosse como convidado de equipes e empresas, o Rei do Futebol marcou presença em diversas visitas da principal categoria do automobilismo mundial à cidade de São Paulo.
Mas talvez nenhuma ocasião tenha se tornado tão emblemática quanto a chegada do GP do Brasil de 2002, quando Pelé foi escalado para dar a bandeirada final ao vencedor.
Confirmado de antemão na função, o ídolo do futebol foi chamado no fim da corrida para comparecer à linha de chegada. Com a bandeira quadriculada em mãos, atravessou o pitlane e foi para a posição da direção de prova, em uma estrutura elevada à beira da pista.
Quando o futuro heptacampeão se aproximou, a direção de prova teria chamado Pelé para avisar. O Rei se distraiu com o chamado e deixou Michael Schumacher passar, assim como Ralf Schumacher.
“Olha ali que você vê o diretor de pista. Ele me chamou para dar a notícia, que o rádio dele não estava (funcionando) bem. Quando eu voltei, o Schumacher já tinha passado”, explicou Pelé posteriormente, em declarações à Rede Globo.
Surpreso, o Rei do Futebol olhou de cima da pista os irmãos Schumacher passando. A bandeirada só veio depois, para Takuma Sato, duas voltas atrás do vencedor, e para David Coulthard (McLaren), o terceiro colocado.
A inusitada ausência da bandeirada pegou de surpresa o vencedor da corrida. “Eu estava assim (gesticulando para comemorar dentro do cockpit) e então pensei: cadê a bandeira quadriculada?”, contou Michael Schumacher à época, segundo a BBC.