O olhar da Fórmula 1 para o mercado internacional deixa poucas dúvidas a respeito de um futuro retorno para a África.
O próprio CEO da categoria, Stefano Domenicali, já deixou claro que pretende incluir alguns destinos no calendário. A temporada 2023 deve ter 23 provas, mas o italiano disse que “há potencial para 24”.
“Acho que há potencial para estarmos também na África em breve”, disse Domenicali em março. “Há muito interesse lá. Certamente é outra região que, até aqui, está faltando na geografia de nosso calendário.”
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Mas a África é um continente diverso, com 54 países independentes e características muito diferentes entre eles. Por isso, vale a pena avaliar os possíveis destinos da F1.
A África do Sul é, com folga, a principal favorita. A ex-colônia britânica já recebeu a F1 com alguma regularidade de 1962 e 1993, e tem o circuito de Kyalami entre os mais cotados.
“A corrida que eu quero muito ver é na África do Sul”, disse Lewis Hamilton, piloto da Mercedes. “É a próxima que eu quero ver ser anunciada.”
O que não quer dizer que o traçado sul-africano seja o único a ambicionar a Fórmula 1.
Desde a última década, o Quênia deixa claro as intenções de receber a categoria. Em 2013, Alfred Mutua assumiu o cargo de governador do condado de Machakos, e prometeu a construção de uma pista de Fórmula 1 na região. A novidade seria parte de um grande projeto de modernização da cidade de Machakos, capital do condado de mesmo nome.
Mutua segue no posto desde então, mas a pista não saiu. Em junho de 2021, o governador assinou um documento reiterando a promessa para 2022.
Caso a pista seja entregue, será apenas a segunda da F1 na África. A imprensa local, mesmo a longo prazo, não mostra o mesmo otimismo do governador.
Na região do Magrebe, norte do continente, o Marrocos poderia ser uma alternativa. Com tradição no automobilismo, o país já recebeu dois grandes prêmios, em 1957 (prova extraoficial) e 1958 (prova oficial).
À época, a F1 correu em Ain-Diab, um circuito de rua em Marraquech que já não existe mais. Antes disso, diversas corridas foram disputadas em Casablanca, Anfa (nos arredores de Casablanca) e Agadir.
Entre 2016 e 2020, os marroquinos recebem etapas da Fórmula E, o ePrix de Marraquech. Desta vez, no circuito Moulay El Hassan.
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.